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Opinião

O pequeno texto da semana

Os grandes escritores escrevem grandes textos, coisas fenomenais que toda a gente aplaude e glorifica. Os grandes escritores têm ideias fantásticas, uma imaginação e uma capacidade de ligação com a realidade que nunca serei capaz de o fazer. Não só porque não sou um grande escritor mas também porque me faltam dois fatores essenciais para satisfazer esse requisito, imaginação e capacidade de realização. Isto dizia-a a si próprio constantemente o homem que vivia apenas e somente da escrita.

O frenesim mediático, a má moeda e os loucos guiando cegos

Na realidade, em pouco mais de uma semana o lítio, hidrogénio, investigações, buscas, demissões, demissão do governo, eleições legislativas em março, eleições internas do PS, Procuradoria Geral da República, Governador do Banco de Portugal, foram os temas emergentes da atualidade.

Não haja dúvidas, o frenesim mediático dos últimos dias foi mesmo muito intenso. Os episódios, as ocorrências, os casos, as polémicas em torno da «Operação Influencer» foram avassaladores na última semana e meia.

A Desumanização da Democracia

A grave crise política que assolou a nação motivou-me à reflexão que partilho (aliás mais do que política estende-se aos pilares básicos num estado de direito democrático), mas não é sobre ela que escrevo, na premissa em que se existirem bases legitimas de acusações devem existir condenados, pois obter dividendos ilegítimos a partir da causa pública, tem que ter julgamento e condenação.

Minudências

Há coisas tão pequenas no Universo que nos passam totalmente despercebidas. Talvez pela sua forma, pela capacidade de se confundirem no meio do ambiente e espaço que ocupam, ninguém as nota.

Por exemplo, uma couve de Bruxelas no meio do asfalto sem uma única planta ou tom de verde a contrastar o cinzento seria notada e vista por alguém. Mas no meio deste asfalto não há uma única pessoa que a possa ver e questionar o que faz uma couve de Bruxelas no meio do asfalto que por sua vez está no meio do deserto.

Papel de parede

Se antes o papel de parede cobria tantas casa por esse mundo fora, dava cor e flores, presença e um toque de requinte a qualquer quarta ou sala, de classe média ou de classe nobre. Nem todas as casas tinham papel de parede, nem todas elas recebiam o colorido desse papel. Confesso que me parecem mais típicas de países do Norte.

Será que a linha de comboios vai servir Évora?

Em Junho de 2021, o Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, assumiu, pela primeira vez, que a nova linha ferroviária de alta velocidade entre Évora e Elvas vai servir para transportar passageiros.

Como já há muito conhecido, este troço está a ser construído ao abrigo do plano de investimentos Ferrovia 2020, mas até a essa altura, tinha sido sobretudo assumida como uma ligação focada nas mercadorias. O tabu foi desfeito esta quinta-feira pelo líder do Governo português na conferência de imprensa após a 32.ª Cimeira Ibérica, em Trujillo.

Será bom para os portugueses ter juízes com apenas 24 anos?

Em Portugal, um aluno exemplar que não reprove nenhum ano e que tenha sempre aproveitamento escolar passando com sucesso no curso no CEJ-Centro de Estudos Judiciários que dá acesso à profissão de juiz poderá a exercer profissão com apenas 24 anos de idade…

Será bom para a justiça em Portugal formar juízes com apenas 24 anos?

Eu penso que não. Penso que um jovem aos 24 anos, não tem a experiência de vida suficiente e experiência numa sala de audiências que lhe permita ajuizar determinadas situações que só a vida e o trabalho nos ensinam.

Palavra colorida

Há palavras curtas e palavras compridas. Há palavras que não se medem pelo número de letras que as compõem, mas pelo mundo que comportam dentro de si.

As palavras são imagens, só que com mais liberdade daquilo que se cria na nossa cabeça quando as lemos. Há palavras frias e palavras quentes, há palavras boas e palavras más. Cada palavra traz consigo outra palavra. Todas têm um significado, que depois de misturado dá outro conceito, perto e longe do peito.

Como disfarçar o indisfarçável?

Temos um conjunto de matérias que já não se conseguem disfarçar. Deixo alguns exemplos noticiados nos últimos dias:

Segundo o Jornal Expresso: os sem-abrigo aumentaram 78% em quatro anos: são mais de 10 mil, entre homens, mulheres, jovens, idosos, estrangeiros, famílias inteiras. Há cada vez mais pessoas a viver nas ruas, em tendas e cartões, empurradas pela crise da habitação, imigração e consumos. Associações estão a atingir o limite de ajuda.

Canja

É quando estamos doentes, com um ligeiro mal-estar ou num dia frio de inverno que a palavra nos soa mais apelativa e mais ternurenta. Sabemos que o significado atrás da palavra canja certamente nos dará um conforto apaziguador ou as forças necessárias para recuperar a saúde.

Com variações por todo o mundo, a canja é um prato internacional e favorito de tanta gente. É simples. No entanto, é na simplicidade das coisas que reside a sua maior beleza ou os seus maiores benefícios.

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