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José Carlos Adão

O Leão que só gostava da cor verde

Era uma vez um leão, grande e forte, que rugia mais alto que ninguém é que dominava a selva onde vivia. Este leão, não era o único. Vivia harmoniosamente entre tigres, águias, hienas e dragões. A harmonia entre eles era tal que todos os fins de semana partilhavam jogos de futebol. Ninguém se chateava. Jogavam intensamente mas dentro e fora de campo era um fair-play impressionante.

O reencontro

Todos os dias à mesma hora, durante anos, encontravam-se às escondidas num beco insuspeito. Viviam ambas na cidade mais populosa do mundo e sempre ali tinham vivido.

Durante todos esses anos em que se encontravam, pontualmente, à mesma hora naquele lugar, sabiam que a vida é etérea e tantas vezes incerta e fugaz. Essa consciência levava-os a manterem esse ritual. O encontro diário era importante. Nunca durava mais do que 15 a 20 minutos, mas era intenso, de partilha, de segredo.

O raspelho

Ninguém o conhecia. Ninguém sabia quem era. De facto, é complicado começar uma fábula com o pronome indefinido ninguém. Este, por muita pena minha e tristeza, alguma, começava assim. O raspelho nunca tinha sido ninguém importante, nunca tinha feito um feito que aparecesse na televisão… o raspelho era uma pessoa discreta, que não gostava de ser capa de revista, alguém que não pensava nunca ser parte de algo maior. Era o raspelho que passava os dias no meio da terra e da palha e isso bastava-lhe.

A formiga e a linha do comboio

Era uma vez uma formiga que se chamava Miga. Era uma formiga forte e trabalhadora que não parava. Todos os dias trabalha, de manhã à noite. Mal o sol nascia já a Formiga Miga estava a trabalhar. O Sol punha-se e a Formiga Miga ainda estava a trabalhar. Era incansável.

Miga trabalhava na construção. Durante muitos anos tinha trabalhado na agricultura mas de um dia para o outro passou a trabalhar na construção, mas sempre ao ar livre. Miga trabalhava na construção dos caminhos de ferro do Alentejo.

A Fraca forte

Condenada a 15 anos de prisão, Fraca já passara 12 anos nesse lugar imundo, que seriam os piores da sua vida. Iria sair em breve, em liberdade condicional. Nuca lhe passou pela cabeça poder acabar neste lugar onde cada dia era um desafio à sobrevivência. A prisão onde foi parar era a pior de todas. Conhecida amplamente por ser uma prisão de alta-segurança, agregava em aí toda a pior espécie de animais criminosos.

A sardinha e o carapau

Era uma vez um mundo que deixou de existir tal como o conhecemos. Era uma vez um país que, depois da crise que mudou o mundo, se voltou para o espaço.

Como já tinha feito há muitos anos atrás, Portugal, vendo a sua terra toda atrasada decidiu sair das suas fronteiras territoriais e rumar a novos destinos.

O carapau e a sardinha

Esta é a semana de falarmos sobre o casal de assaltantes mais famosos da região sul de Portugal, o carapau Besugo e a sardinha Bexiga. Na próxima semana, contar-vos-ei a história da sardinha e do carapau, que são personagens completamente diferentes.

O carapau Besugo e a sardinha Bexiga nasceram em zonas diferentes. Besugo nasceu em Peniche e Bexiga em Sines. Conheceram-se num intercâmbio de escolas de peixes, quando ambos frequentavam um curso técnico-profissional de engenharia de instalações.

O Golfinho Galifão

Era uma vez um golfinho nascido na Foz do Sado. Era uma figura meio raquítica quando nasceu. Terá perto de 20 e poucos anos nos dias que correm. Entre o tempo que nasceu e agora que já é um jovem adulto, Galifão, viu a sua vida ser passada entre Tróia e Setúbal, fazendo o que os golfinhos fazem, seja o que é que os golfinhos fazem na adolescência. Vocês sabem o que um golfinho faz na península de Setúbal?

O achigã

O achigã nunca nadava de noite, só de manhã. O achigã quando se vestia, sempre fazia pandan. Nos dias que estava doente, chorava pela mamã, nos dias que estava de boa saúde ou feliz, comprava um talismã.

Era um peixe diferente, um ser social que conhecia muita gente. Na barragem onde vivia, não lhe importava o frio ou quente. Era um achigã paciente que esperava só comer uma refeição decente.

A preguiça

Era um domingo de manhã. E toda a gente sabe que ao domingo de manhã eu gosto de dormir. Eu dormi imenso. Eu durmo sempre imenso. Creio que dormir é das melhores coisas que podemos fazer. Ao dormir estamos no braços de Morfeu e, nesse lugar, nada nos pode acontecer.

Era domingo de manhã e não me apetecia levantar. Queria ficar na cama o dia todo. Tenho a certeza que não me vão deixar ficar na cama. Chegará um telefonema de alguém chato, chegará um bater na porta de alguém a vender alguma coisa.

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