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Opinião

SOBREVIVENTES DO AMANHÃ

Em segundos, é possível mudar de vida. Uma palavra, uma imagem, uma frase descontextualizada altera tudo. De surpresa, a clarividência passa correndo por sua mente, como uma gota de chuva indo ao chão. Nossa compreensão engrandece e envelhecemos anos num piscar de olhos. Antigas memórias resguardam o nome de um indivíduo que não mais existe.

EGOS

Há dias assisti a uma cena caricata.

Alguém numa situação no trânsito em vez de reconhecer o erro (circulação indevida na faixa da esquerda) optou por mostrar a cédula profissional à pessoa que a estava a alertar sem que esta lhe tenha faltado sequer ao respeito.

Fiquei a pensar se tal acto foi para amedrontar o terceiro ou se foi apenas para alimentar o ego da pessoa visada.

A mim causou-me uns bons momentos de boa disposição. Ao terceiro creio que nem isso pois não se mostrou minimamente preocupado e seguiu o seu caminho.

IMPOTÊNCIA CULTURAL

Em Évora, numa parede da Rua José Elias Garcia, há um graffiti, fotografado em diversas ocasiões e divulgado na internet, que me marcou tanto pela pujança da ideia veiculada como pela justeza da justaposição intensa e incisiva de duas simples palavras: “Impotência Cultural”.

Confesso que sempre que o vejo, sorrio, para não chorar, e, invariavelmente, materializa-se na minha mente a ideia de um mundo frio e hipócrita, que não assume a sua mediocridade, disfarçando-a com floreados hostis de tradição.

AS LÂMINAS DA BARBEARIA DA VILA

A vila não era muito grande. Ao todo, devia ter aí umas 600 pessoas a viver lá em permanência. Havia muitas casas vazias, de pessoas que morreram, casas sozinhas deixadas por pessoas que foram viver para outras paragens e casas quase a cair, de pessoas que se esqueceram que, naquele lugar, havia uma casa ou mesmo de pessoas que já não tinham ninguém que se lembrasse que lá havia uma casa.

O REGRESSO DOS DONOS DISTO TUDO

Aquilo que parecia que tinha desaparecido definitivamente no nosso País, tudo indicia que está a regressar em força. Falo das confusões e misturas entre poder político e o poder económico. O regresso dos Donos Disto Tudo.

A BELEZA NOS RUÍDOS

Há mais de dez anos, quando eu descobri a antropologia, percebi que os meus olhos e ouvidos estavam preparados para os desafios da profissão. Ao antropólogo, cumpre enxergar e decifrar o que está mais escondido. Um profissional desta área não deve deixar-se levar exclusivamente pela intuição, nem pelo senso comum. A sua compreensão sobre o que ele vê e ouve precisa de ser posta à prova junto aos seus intervenientes. Estes vão confirmá-la ou negá-la, e os resultados desta interlocução definirão os rumos da sua investigação antropológica.

INOVAÇÃO SOCIAL NO ALENTEJO: TRÊS MARCOS NA SUA HISTÓRIA RECENTE

No início de 2015 o IES – Social Business School apresentava os primeiros dados do Mapa de Inovação e Empreendedorismos Social (MIES), com especial enfoque na região do Norte, Centro e Alentejo.

ATÉ QUE NOS BATAM À PORTA!

O terrorismo foi-nos apresentado a muitos de nós, maioritariamente à minha geração, protagonizado nos grandes ecrãs pelos atentados de 11 de Setembro de 2001. Até à data arrisco-me a afirmar que pouca era a preocupação e conhecimento da população ocidental acerca deste tema, tão febril nos dias de hoje. Sabia-se que o terrorismo existia sim, mas “era coisa de terceiro mundo”, o tipo de desastre que só acontece aos outros…Porém hoje ele é tema bastante presente na nossa sociedade, senão até, o principal dos problemas da população ocidental. O terrorismo de outrora perdeu a sua dimensão espacial e temporal, não tem geografia, não tem nação, não tem raça e muito menos sentido tem. Orientado por ideais radicais assume uma forma completamente diferente daquela que conhecíamos. Hoje o terrorismo está na nossa casa, dentro das nossas fronteiras e torna-se cada vez mais imprevisível a sua ação.

OBRIGADO RUI! OBRIGADO ANA! OBRIGADO SARA!

No último fim-de-semana celebrou-se mais um Dia do Pai. Para todos aqueles que têm filhos, este dia é sempre especial. E embora não seja o motivo principal pelo que gosto do dia, confesso que fico sempre na expectativa de ver as lembranças que têm para mim. Não por serem presentes, mas sim porque são sempre lembranças feitas pelas mãozinhas deles. Na verdade, gosto de usar e expor tudo o que me vão oferecendo neste dia.

TERRORISMO DE GUERRILHA

Em 2015, o Mali, Tunísia, Dinamarca, Quénia e a França, por duas vezes, foram atacados por radicais em nome do Islamismo. Ontem, a Europa voltou a viver momentos sangrentos, de medo e de puro horror.                                                                                  

Desta vez foi em Bruxelas, na Bélgica. Desta vez foi em pleno coração de uma cidade que recolhe as principais Instituições Europeias e que se encontrava em nível 3, de 4, no alerta contra o terrorismo.    

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