6 Março 2024      10:44

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Lagoa de Santo André afinal irá ser aberta ao mar

Álvaro Beijinha, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, recebeu ontem, terça-feira, contacto do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), José Carlos Pimenta Machado, garantindo que, afinal, a Lagoa de Santo André irá ser aberta ao mar.

A informação é avançada pelo Diário de Notícias, que dá ainda conta da demissão do presidente da APA, André Matoso. Note-se que a revogação desta decisão tinha levando um protesto, marcado para as 17:00, junto à antiga Fragateira.

Em declarações ao DN, Álvaro Beijinha explicou que “decidimos manter o protesto porque há aqui outras questões que se levantam, para o presente, mas também para o futuro”, acrescentando que não acredita que a abertura seja feita até à data limite de 15 de março, que consta do regulamento.

Porque nem sequer foram tratados “todos os procedimentos a que obriga a contratação pública”, garante o autarca. “Quando é mais tarde, o ICNF normalmente opõe-se. E normalmente, só com intervenção direta da tutela é que há orientações para abrir”, explica o presidente, habituado a ver “a APA com uma posição e o ICNF com outra”.

“Nós consideramos há muito que a forma como a Lagoa tem sido aberta ao mar não é a mais correta”, afirmou o presidente da câmara, exemplificando: “em vez de ficar aberta ao mar por um período mais longo de tempo, acaba por fechar logo, porque o processo é mal feito”.

Segundo a mesma fonte, Álvaro Beijinha já teve ocasião de transmitir isso mesmo ao secretário de Estado, por mais do que uma vez. Contudo, a reunião nunca aconteceu.

Assim, Álvaro Bejinha defende que a Lagoa de Santo André “deveria ficar aberta pelo menos uns dois ou três meses”, permitindo que a entrada do mar, em maré cheia, facilitasse uma renovação do ecossistema. “Para nós há uma questão fundamental, que tem a ver com as enguias”, adverte o presidente, lembrando que se trata de uma iguaria muito importante para a restauração, para a economia local.