Após o escândalo dos “Panama papers” esta semana rebentou mais uma polémica em toda a comunicação social e que tem despoletado diversas reacções em toda a opinião pública.
Para o Bloco de Esquerda, o termo “cidadão” no Cartão do Cidadão surge como um termo discriminatório, como que apenas se referindo aos cidadãos do sexo masculino, deixando as cidadãs de parte.
É sem dúvida uma proposta polémica e, diria mesmo, fora de tempo, numa altura em que o País acaba de discutir o Orçamento de Estado e se tem deparado com escândalos e temáticas envolvendo antigos e actuais dirigentes políticos.
Digamos que a cidadania de uma pessoa não se vê pela expressão utilizada num cartão identificativo, mas sim através da identidade que essa mesma pessoa constrói pelo que esta, provavelmente, também não será a expressão mais adequada a utilizar…
Teria sido um pouco mais interessante ouvir a opinião do Bloco de Esquerda relativamente à discriminação praticada no Colégio Militar em que existem alunos que, não obstante terem ingressado na Instituição, são postos de parte devido à sua opção sexual.
Numa altura em que o Bloco de Esquerda começava a surgir como um verdadeiro partido capaz de discutir e apresentar propostas credíveis para o crescimento e desenvolvimento do País, este tipo de propostas apenas leva a que a anterior imagem do Bloco como um partido do “contra” começa a reaparecer.
É um retroceder perigoso e que poderá ser um ponto sem retorno pois a “antiga” imagem ainda está muito fresca na opinião dos portugueses que poderão penalizar quem reconheceram nas últimas eleições.
Sinceramente, não sendo o meu partido de opção, creio que o Bloco é mais do que este tipo de propostas e que tem muito mais para dar.
A necessidade de publicidade é um grande risco que nos pode fazer cair em erros desnecessários e este é o grande risco em que o Bloco se encontra prestes a cair.
Esperemos que tenha sido um acto único…
Imagem daqui