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Opinião

Ammaia: uma viagem no tempo

Por Joana Mancha Localizada no Alentejo, em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, no concelho de Marvão, encontram-se preservados os vestígios do que outrora foi uma cidade romana.

Conhecida como Ammaia, ou cidade romana de Ammaia, esta é uma das ruínas mais antigas e mais importantes do país.

A torre da igreja

Caiu a torre da igreja! Caiu a torre da igreja e é mau presságio! Caiu a torre da igreja e nesta terra ninguém mais se vai levantar, ninguém mais vai acompanhar as horas e o cronometrar dos tempos. Gritava a mulher idosa em frente aos escombros daquela igreja com duas torres. Assustada, vestida de negro pelos pesos e as mortes todas que tinha já carregado na sua vida. O luto acompanhava-a já há pelo menos mais de um quarto de século.

Não há gente para trabalhar?

Há poucos dias, vi esta informação colada no vidro de um estabelecimento comercial e fiquei um pouco apreensivo… Sabemos que a situação é transversal ao país, mas a nossa região também já “se vê a braços” com o problema.

O castiçal

Parecia que tinha sido um palácio outrora, há muitos anos atrás, quando as princesas vestiam vestidos longos que tapavam os tornozelos e os decotes eram mais exuberantes do que são hoje em dia.

Parecia que aquele palácio fazia parte de um conto de fadas, de uma história de era uma vez que nunca posicionava a história no tempo cronológico certo, mas havia sempre alguém que sabia o desfecho.

Que ilações podemos tirar de um fracasso?

Em muitas circunstâncias da vida, somos confrontados com situações em que, apesar do nosso empenho, dedicação, sentimento ou mesmo sacrifício, não conseguimos alcançar o que tínhamos em mente, quando iniciámos uma determinada jornada.

Porém, para os que nos rodeiam, a perspectiva pode ser diferente. Aos olhos dos outros, o nosso fracasso pode derivar do facto de não termos sido suficientemente competentes na forma como encaramos esses desafios, sejam eles pessoais ou profissionais.

O sorriso independente

Vivia nos lábios de uma pessoa que não sabia sorrir. Nunca tinha usado os lábios para sorrir na sua vida nem sabia o que era isso. Os seus lábios viviam só de amargura e de tristeza. Er usados apenas para se queixar da vida, de coisas que o atormentavam e faziam sentir cada vez mais velho. Ao passar de cada dia, as rugas que o envelheciam, rodeavam ferozmente os lábios e tornavam-nos parte de um conjunto triste e amargo. A pessoa onde os lábios habitavam era uma pessoa que dificilmente conseguiria sorrir.

Almas desalinhadas

Uma caiu, e a seguinte ameaça percorrer o mesmo caminho.

Há nuvens com formatos por desvendar que cobrem a minha cabeça, há um sentimento novo que me agarra e promete ficar até aos finais dos meus dias.

A cor azul prende-me para que nunca mais seja largada contra o vento. Sorrio pela solidão ser tão colorida.

Uma dor está deitada sob o meu corpo e forma um novo corpo que se junta ao meu. Uma vontade. Um desejo. Foi prometida a eternidade e não há rasto.

A ameixa

Nascida de uma pequena semente, caroço de uma saborosa ameixa, plantada por um homem de idade avançada, com esperança que os filhos e os netos dela fizessem uso, a ameixeira passou de semente a rebento. Assim

Foi crescendo e crescendo e crescendo. Todas as estações passar por ela. A pequena ameixeira. Não sei se ela tinha noção que era ameixeira e que cresceria, e cresceria, e um dia daria flores, e das flores nasceriam frutos, que seriam comidos por pássaros ou por humanos e que deles sairiam novas sementes e essas sementes dariam novas ameixeiras.

A bomba atómica mudou tudo exceto a natureza do homem

Na passada sexta, contaram-se 77 anos que caiu a primeira bomba nuclear usada pelo Homem em combate – 5 de agosto de 1945. Estávamos na Segunda Guerra Mundial, os combates vinham acontecendo um pouco por todo o mundo, com destaque para a Europa e a área do Pacífico. A Alemanha de Hitler já tinha capitulado (em maio desse ano), mas o Japão continuava a resistir fortemente.

Ainda julho

Numa noite quente de julho, os meus olhos pretos transmitem pequenos raios de ansiedade. Um passo em frente e caio para trás. Dou balanço e as minhas costas reproduzem um barulho sonoro similar à dor quando embatem no chão.

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