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Opinião

A MARCA D’ÁGUA

No leito da morte, a mulher que tinha vivido mais tempo que todos os que nasceram depois dela, sentia-se pronta a abandonar as dores do corpo físico. Não tinha já nada mais a fazer no círculo que se tornara a sua vida. Deitada na cama, tapada com as mantas que ela própria fizera e tecera ao longo dos muitos anos em que pode trabalhar, custava-lhe a respirar. Os seus olhos azuis já quase brancos até na menina, afetados pelas cataratas tinham dificuldade em ver fosse o que fosse. Viam apenas as sombras que, naquele dia, se movimentavam mais do que em todos os dias anteriores.

SILÊNCIOS ESTRONDOSOS...

em torno do eventual encerramento da unidade de neonatologia com cuidados intensivos neonatais em Évora.

GAYS DE SANTALUZ TAMBÉM SÃO MORTOS

Santaluz é um município com cerca de 36 mil habitantes a 260 Km de Salvador, capital da Bahia. Entre os dias 10 e 11 de Junho de 2016, os professores Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, reconhecidamente homossexuais, foram mortos e seus corpos carbonizados. Após serem encontrados, habitantes daquela cidade sertaneja tomaram as ruas, em protesto contra este ato de violência homofóbica.

É A VONTADE, MAS NÃO É A VONTADINHA…

Nos últimos dias a política lusa recordou-me aquele filme de Bob Rafelson, “O carteiro toca sempre duas vezes”, e a verdade é que em relação aos nossos primeiros ministro “toca” sempre mais do que aquilo de que gostaríamos.

OPORTUNIDADE IRÃO

Devido a circunstâncias recentes, são poucos os que conhecem devidamente a importância das relações entre Portugal e Irão, uma relação bilateral tão antiga como as mais antigas que o nosso país possui.  A partir do Séc. XVI, as relações luso-persas eram assinaladas por um considerável tráfico comercial, e onde havia cooperação na área militar (na defesa contra o Império Otomano), na construção naval e no estabelecimento de religiosos portugueses em território persa.

FENÓMENOS PARANORMAIS?

Fenómenos paranormais ou fenómenos para (ou de) anormais? Se eu fosse sociólogo em vez de economista, fazia um estudo sobre as redes sociais, o tempo que se perde nelas (assim como em emails) e sobre as discussões que por lá grassam…

Há uns meses atrás, apareceu um senhor de seu apelido Raposo a falar mal do Alentejo e dos alentejanos. O Raposo caiu no esquecimento (sítio do qual nunca deveria ter saído) e agora a malta, mais a Norte, virou-se para o José Cid (ainda que com uns aninhos de atraso, coisa que por acaso até dá fama a nós alentejanos…).

A ECONOMIA E A SELVA

"Você conhece a parábola da demissão da formiga desmotivada?"

Foi desta singela forma que uma partilha de um amigo meu me despertou a curiosidade, bem no meio de tanta informação desinteressante que inunda e entope as redes sociais.

Valeu sem dúvida nenhuma a pena e recomendo que pesquisem e leiam o texto. 

GERAÇÃO XYZ

Antigamente, era mais fácil ser professor. Profissionais no quadro, cadernos dos alunos repletos de anotações. Mais antigamente ainda, nem cadernos havia, devendo os estudantes assimilar o conteúdo para não mais esquecer. O tempo se sucede. A geração de ontem, limitada pelo seu tempo, foi substituída por tantas outras que se acostumaram a derrubar limites e a construir um novo mundo.

SOMOS TODOS ORLANDO?

Ontem o Mundo acordou com a notícia de um atentado em Orlando num bar gay em que morreram cerca de 50 pessoas e outras dezenas ficaram feridas.

Curiosamente, passando os olhos pelas diversas redes sociais, foi muito raro encontrar referências a este autêntico crime de ódio cometido em pleno século XXI.

Tal ausência de opinião faz-nos realmente pensar no quão sensíveis somos ao terrorismo como um todo.

IDADE DOS "PORQUÊS”

É com alguma frequência que ouvimos as personalidades mais ilustres da sociedade declarem que a necessidade de pensamento crítico deve ser a principal motivação dos jovens de hoje.

Pergunto-me, então, por que razão existe a necessidade de condensar todo o espírito inquisitivo numa só idade da nossa vida? Porque é que a sociedade teima em obrigar as mentes jovens a serem apenas curiosas na sua infância, período esse, durante o qual as perguntas e dúvidas dos mais novos tendem a ser desvalorizadas.

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