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Opinião

O GOVERNO E AS SUAS MATREIRICES

O Governo avançou no último dia do ano, de forma sorrateira e praticamente à socapa, com um novo aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP). Segundo uma portaria publicada pelo Governo em Diário da República, este aumento entrou em vigor a partir de 1 de janeiro de 2018.

EM 2018 É PROIBIDO FALHAR!

Começámos o ano com a tradicional mensagem de ano novo do Presidente da República. Marcelo não quer ver o Estado “falhar” em 2018, nem tão pouco quer perder uma oportunidade para ficar bem na selfie do próximo ano. Curado que está das hérnias encarceradas que o perseguiam, vamos ter um Presidente reinventado à procura da coesão dos vários Portugais.

CTT - UM CASO DE PRIVATARIA

Foi o argumento mais usado para justificar a privatização de muitas empresas públicas: o Estado gere mal, os privados é que sabem.

Foi com este discurso de que o privado é que é bom que na última década vimos passar para a mão de privados sectores e empresas públicas importantes, que para além de constituírem pilares estratégicos da economia portuguesa e prestarem serviços essenciais eram empresas lucrativas para o Estado.

APATIA E IMORALIDADE

Em termos políticos, o ano de 2017 fica marcado, em Portugal, pela decadência moral e pela rejeição de princípios, mas também, pela desonestidade intelectual e pela ausência de pensamento político transformador.

PRIMER

Primer (2004), de Shane Carruth

Primer tem uma fama que muito orgulha o seu criador/realizador, a de que é um dos filmes mais complexos alguma vez feitos. Um filme tão incrivelmente complexo de seguir que só voltando lá um sem número de vezes se poderia, enfim, aspirar à sua compreensão. Não imaginamos muitos filmes americanos capazes de se vangloriar de tal fama. Mas Primer é um filme especial. Ainda por cima, abençoada soberba, pensado para ser especial, pois Shane Carruth escreveu-o confiando absolutamente no espectador.

FRIOZINHO

Parecia que estava no Pólo Norte e que à sua volta, tudo o que a rodeava era branco e frio. Neve. Muita neve e um vento gélido que atravessava a espinha e, chegado ao tutano, metia-se por ali acima e congelava o cérebro. Assim se sentia ela naquela manhã. Que briol, pensava. Tanto frio que faz nesta terra e tenho de sair do quentinho às poucas da manhã para me por a caminho do trabalho. Se houvesse um nevão jeitoso, talvez conseguisse ficar em casa por não conseguir sair à rua. Mas não havia nada disso.

LÁPIDE EVOCATIVA DA FUNDAÇÃO DA CIDADE DE ÉVORA E A CIDADE DE ÉVORA

O que não conhecemos, o que não entendemos é desprovido de sentido e de significação. A lápide de mármore epigrafada, escolhida para este texto, é muito e nada ao mesmo tempo. É muito, porque é um testemunho importante da história cultural, social e organizacional da cidade de Évora na Idade Média e é nada porque é ciclicamente esquecida e ignorado o seu significado. Também a forma como está apresentada no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo a traz em parte oculta, desprovida de entendimento, mal comunicada, aligeirada e conduzida ao apagamento da memória. 

PRIMAVERA DOS POVOS XXI

Estamos no rescaldo das eleições de 21 de Dezembro, organizadas por Espanha numa Catalunha que há algumas semanas se declarou independente, o que não deixa de ser um contrassenso, visto que, ao participar no sufrágio, os independentistas reconheceram automaticamente como legítimas, umas eleições promovidas e levadas a cabo por um país estrangeiro.

DESCOMPLIQUEMOS UTOPIAS

Há muito tempo que assuntos ligados aos refugiados passaram para um plano inferior na nossa comunicação social. Mas a verdade é que eles continuam a existir, há barcos que continuam a fazer-se ao mar e os naufrágios a acontecer; há etnias que continuam a ser perseguidas e outras que vão sendo exterminadas; existem milhares de seres humanos deslocados dos seus países pelas mais diversas razões. O tempo vai passando, os acontecimentos vão-se repetindo e a normalidade instala-se.

UM CONTO DE NATAL

O comboio parou na estação de Santa Clara-a-Velha, quando o sol terminava a sua corte à terra, deixando o céu azul-cobalto, pincelado de cores ardentes, que teimavam em exibir-se antes de serem apagadas pelas estrelas.

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