Enquanto se celebra o primeiro aniversário da denominação do Cante como Património Mundial da UNESCO, os peritos desta organização internacional analisam novas candidaturas na Namíbia.
Entre estas candidaturas encontra-se a arte chocalheira, a arte de fazer chocalhos que, já recebeu um parecer positivo da referida comissão da UNESCO.
Para quem não sabe, o chocalho é um objeto sonoro, semelhante a um sino, que se coloca no pescoço dos animais, essencialmente gado bovino, e que fica suspenso por uma correia.
Era usual ouvir-se o chocalhar nos campos alentejanos, mas esta é uma arte – datada do séc. XVIII - cada vez mais em desuso, tendo sido esta a razão pela qual a Região de Turismo do Alentejo e Ribatejo, num projeto coordenado pelo antropólogo Paulo Lima – com uma forte parceria da Câmara Municipal de Viana do Alentejo e a Junta de Freguesia de Alcáçovas - promoveu a candidatura da arte chocalheira a Património Cultural Imaterial da Humanidade com Necessidade de Salvaguarda Urgente.
Outra das medidas para a preservação desta tradição inclui um projeto de formação dos reclusos da prisão de Beja no fabrico de chocalhos.
À TSF, o subdiretor-geral dos Serviços Prisionais, Licínio Lima, revelou que o projeto está aprovado e que implica um reduzido custo. A Prisão de Beja reunirá assim, possivelmente, dois dos mais recentes Patrimónios Mundial da cultura alentejana: a arte chocalheira e o Cante – que é já parte das atividades semanais dos reclusos deste centro prisional.