19 Janeiro 2019      00:34

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O jogo egípcio que encantou os alentejanos

Diz-se que o alquerque – do árabe “Al-Quirkat” um antigo jogo árabe - terá tido a sua origem na terra dos faraós, no Egipto, e que terá chegado à Península Ibérica pela mão dos muçulmanos.

Este jogo está presente em muito do foi a cultura lúdica do povo alentejano ao longo dos séculos e são estes jogos ancestrais que estão em destaque na última edição da conceituada revista “National Geographic”.

Há jogos alentejanos com raízes muito mais antigas. Alguns já esquecidos, outros a serem recordados, mas muitos foram os jogos que, ao longo dos séculos animaram a calmia das tardes alentejanas, com destaque para o alquerque.

Fala sobre a origem dos jogos em geral e atirando essa data lá para 300 ou 600 depois de Cristo, são também vários os povos apontados como criadores dos primeiros jogos, mas a reportagem foca-se no alquerque, e que é um dos jogos mais antigos que se conhecem e ao qual até Afonso X, o Sábio, dedicou uma vasta reflexão em 1283.

Há vestígios e provas de que o alquerque – de certo modo, o antepassado das damas - é ou já foi jogado no Afeganistão, no Sri Lanka, nas Ilhas Britânicas, na Noruega entre muitos outros países.

Dando o artigo voz a Lídia Fernandes - coordenadora do Museu de Lisboa – Teatro Romano – principal investigadora do tema dos tabuleiros de jogo e que revela que há vestígios do alquerque um pouco por todo o lado desde o Castelo de São Jorge, a uma fachada lateral do Templo Romano de Évora – terá sido jogado aí antes da pedra ser colocada no seu local - no parapeito da antiga prisão do Castelo de Vila Viçosa existem oito tabuleiros de jogo, na Igreja da Senhora do Soveral, em Borba, nos degraus do átrio da Igreja de Nossa Senhora da Lagoa, em Monsaraz, ou até no Mosteiro de Santa Maria do Olival, em Guimarães, ou dois claustros do Convento de Cristo em Tomar, entre outros.

 

Pode ler a reportagem completa aqui

 

Como se joga o alquerque? Seguem as regras:

- Cada jogador ocupa duas fileiras do quadrado central, completando um triângulo externo e totalizando 36 peças.

- Coloca as peças no tabuleiro para que apenas a posição do centro fique livre.

- Decide quem joga primeiro, por exemplo, atirando uma moeda.

- Cada jogador move uma peça, na sua vez, numa das direções inscritas no tabuleiro.

- Os movimentos podem ser habituais ou de captura. Nos habituais, a peça desloca-se para um ponto adjacente desocupado. Para as capturas o jogador tem uma peça junto de uma das do adversário, encontrando-se livre o ponto imediatamente a seguir. Aí, a peça salta por cima da do adversário para o ponto livre e o jogador retira esta última do tabuleiro.

- As jogadas de captura de uma ou mais peças são obrigatórias.

-  O jogador pode “comer” a peça do adversário quando reparar que ela não fez uma captura possível, sem prejuízo da sua própria jogada.

- Quando se apresentar mais do que uma possibilidade de captura, o jogador é livre de escolher qual a peça ou a direção para efetuar o movimento. Vence o jogador que se encontre numa das três situações seguintes:

– Conseguir tomar todas as peças do adversário;

– Possuir mais peças quando for aparente que não vai haver mais capturas;

– Impossibilitar o movimento das peças do adversário.

-  Pode ocorrer um empate em qualquer altura do jogo, por acordo entre os jogadores, quando ambos têm o mesmo número de peças e se torna evidente que não vai haver mais capturas. Os empates são muito comuns.

 

 

Imagem de cosmovivencias.blogspot.com

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