26 Novembro 2015      18:41

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FUMO BRANCO

Finalmente, quase ao fim de dois meses, apos as eleições legislativas de Outubro, teremos um governo que passará o seu programa no parlamento. Já aqui disse que acho que esta solução tem um problema… não é no meu entender estável, mas isso ficara para episódios futuros.

Espero que me engane nesta análise, a bem de Portugal e dos Portugueses, pois o próximo governo terá como fim ultimo devolver aos cidadãos parte da qualidade de vida perdida nos últimos anos, bem como terá que se confrontar com as responsabilidades assumidas perante os parceiros externos… e como sabemos isso nem sempre é inteiramente conciliável.

Cavaco Silva começou por dar posse a Passos Coelho, porque era seu dever convidar a formar governo o partido/coligação que ganhou as eleições, assim o fez porque a tradição e a constituição da republica portuguesa assim o impeliam… o que se passou depois foi um episodio que ficará como pé de pagina na nossa historia, porque os partidos que suportam o governo que hoje toma posse não tiveram uma postura equilibrada, mas sim foram mais holligans a torcer pela sua equipe.

Este clima de crispação foi levado ao extremo, ao ponto de até a tomada de posse ser manchada por uma triste figura do lado do parlamento… querer subalternizar a tomada de posse do governo ao trabalho dos parlamentares era uma humilhação a função do presidente da república.

Da composição do governo podemos tirar uma conclusão que foi uma tentativa de agradar a “gregos e troianos”… estão presentes muitas caras que fizeram parte dos governos de José Socrates, mas também estão presentes novos atores, uns com currículos conhecidos, outros nem tanto.

De destacar a dimensão, temos o segundo maior governo de sempre (só o de Pedro Santana Lopes foi maior), e quanto a isso, deixo a questão… não se fazia a “coisa” com menos gente?

Por importante, no meu ponto de vista, destaco igualmente o facto de se ter acabado com a secretaria de estado do empreendedorismo. Sendo certo que os anteriores titulares da pasta foram apagados e cujos funções não foram evidentes, não me parece que esta “despromoção” do tema seja merecida. Estrategicamente é um enorme erro, e não será a nomeação do João Vasconcelos para uma pasta de secretário de estado, que ira diminuir a mancha dessa curta visão.

Acabo como comecei, não sendo a minha solução, para o desafio posto pelos resultados eleitorais, espero que o XXI governo constitucional cumpra integralmente o seu mandato, espero que não ceda a facilitismo populista, espero que não ceda a experimentalismos em áreas como a educação, saúde, justiça, economia e finanças, espero sobretudo que o ambiente que se viveu nestes últimos dois meses acabe por serenar… Portugal assim o merece.