Se a pomba aterrasse no outeiro
Sob o meu olhar de vigia distante,
Ler-lhe-ia o bilhete do pombo-correio
Que traz boas-novas de um voo errante.
Contar-lhe-ia toda a verdade
Sobre o céu, a aerodinâmica e o amor,
Pois nada é maior do que a vontade
De trazer na asa a mais serena flor.
Se fosse adivinho,
O pombo-correio voaria mais baixinho
Para encurtar caminho.
A planície coraria primeiro
Todo o planeta seria vermelho;
— Ah, se a pomba aterrasse no outeiro!