Se a pomba aterrasse no outeiro
Sob o meu olhar de vigia distante,
Ler-lhe-ia o bilhete do pombo-correio
Que traz boas-novas de um voo errante.
Contar-lhe-ia toda a verdade
Sobre o céu, a aerodinâmica e o amor,
Pois nada é maior do que a vontade
De trazer na asa a mais serena flor.
Se fosse adivinho,
O pombo-correio voaria mais baixinho
Para encurtar caminho.
A planície coraria primeiro
Todo o planeta seria vermelho;
— Ah, se a pomba aterrasse no outeiro!
---------------------------------------------------------------------------
Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta. www.claudino.eu