19 Março 2021      17:43

Está aqui

O soneto do outeiro

Se a pomba aterrasse no outeiro

Sob o meu olhar de vigia distante,

Ler-lhe-ia o bilhete do pombo-correio

Que traz boas-novas de um voo errante.

Contar-lhe-ia toda a verdade

Sobre o céu, a aerodinâmica e o amor,

Pois nada é maior do que a vontade

De trazer na asa a mais serena flor.

Se fosse adivinho,

O pombo-correio voaria mais baixinho

Para encurtar caminho.

A planície coraria primeiro

Todo o planeta seria vermelho;

— Ah, se a pomba aterrasse no outeiro!

 

 

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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta. www.claudino.eu