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Opinião

NOVOS CRONISTAS EM ESTREIA

A próxima semana marcará a estreia de dois novos cronistas.

Já amanhã, estreia Sandra Fontinha, natural de Bordéus, professora na área das línguas, sindicalista, ativista política e poetisa e que escreverá quinzenalmente, aos domingos.

 

Na quarta, será a vez de Paulo Ferreira, especialista em Economia e Gestão, professor do Ensino Superior e autor de vários livros na área da Economia, Gestão e Empreendedorismo.

O AMANHECER

O dia amanhece antes que o murmúrio do nosso olhar assente no horizonte. Há um Sol que surge sempre a Oriente e desaparece nos antípodas. Diria que somos conhecidos, que já nos vimos em muitos lugares do mundo, em tantas das minhas viagens e aventuras pelo globo terrestre fora.

MAIS UM ABSURDO EM FORMA DE LEI

Há coisas que não fazem mesmo sentido nenhum, nem pela forma, nem pelo conteúdo e muito menos pelo timing, é o caso da Lei da Cópia Privada, que o governo decidiu impor aos portugueses e que foi promulgada esta segunda-feira.

ESTAR ERRADO E NÃO MUDAR É MUITO PIOR QUE EMENDAR O ERRO

A manipulação estatística pura e simples, consubstanciada através de uma interpretação fantasiosa, aliada à propaganda pura e dura, adornada de mentira, permitiu e fundamentou a aplicação de uma dose excessiva de austeridade ao povo português, o que, para além de censurável, revela os contornos de malvadez determinados pela execução do programa ideológico, predominante na união europeia, de empobrecimento de uns (muitos) e o enriquecimento de outros (poucos).

JOVENS À BEIRA DO DESESPERO?

Isto é totalmente verídico… Soube recentemente de um jovem, “armado” com 2 licenciaturas e 1 doutoramento, desempregado, que estava disposto a aceitar uma proposta de trabalho com um vencimento de (rufem os tambores…) 600€!!!, implicando ainda mudar-se de armas e bagagens do Norte do País para o Alentejo.

Muitos poderão encarar este caso como um choque, outros vê-lo-ão de uma forma mais banal, sem novidade face ao estado atual do nosso país.

MUDANÇA?

Hoje realizam-se as eleições regionais em Espanha. Eleições esperadas e com muita especulação relativamente ao resultado.

Muitos acreditam que será o fim da coligação de direita em muitas regiões resultado que, inevitavelmente, irá afectar o Governo nacional, modelo de austeridade e cortes cegos, muito à semelhança do que sucede em Portugal.

O crescimento de plataformas independentes como o “Podemos” tem colocado um enorme ponto de interrogação nos resultados que, na hora em que esta crónica está a ser escrita, deixam tudo em aberto.

O MENINO E O CROCODILO

No momento em que, à meia-noite, do dia 20 de maio de 2002, o relógio dava doze badaladas, num campo estendido entre três lagoas, ouviam-se os festejos do nascimento. Nascia um novo dia e nascia um novo país. Nesse momento, Kofi Annan declarava a restauração da independência de Timor-Leste. A Oriente, as lágrimas daqueles que lutaram misturavam-se, nos rostos, com os sorrisos do nascimento e, todos, unidos em torno de um ideal, sorriam e choravam, olhando a bandeira que se elevava no ar.

Recordo-me, e gostaria de contar-vos, a propósito da restauração da independência, de uma breve história, com tonalidades de lenda, que me foi contada pela voz envelhecida e sábia de um lian nain. É a história de Timor-Leste e de um menino, nos seus sonhos de crocodilo, partindo em busca do disco dourado que existe no fim do mar. Encontraram-se, nas Celebes, por acaso. O menino descansava à beira de um rio que deslizava para o mar, enquanto observava as maravilhas que o seu olhar conseguia avistar. O menino pensava e sonhava, olhava o Sol que tinha acabado de nascer e pensava que aquele disco, aquele disco dourado era o seu sonho e que um dia iria alcançá-lo. Todos temos sonhos na nossa vida, pensava. Todos os temos e todos os devemos viver. Ambicionar chegar até eles e alcançá-los é um direito nosso e ninguém tem o direito de nos tirar esses sonhos, pensava o menino que, um dia, seria avô, na sua inocência de criança, guarda em si todos os sonhos do mundo como já dizia Pessoa.

O QUE É PRECISO PARA APRENDER UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA?

Aprender uma língua estrangeira, seja ela qual for, é uma tarefa árdua que exige dedicação, esforço e perseverança. No entanto, muitas vezes este estímulo e dedicação não parecem colher frutos e a sensação de incapacidade de se exprimir na língua estrangeira deixa-nos desmotivados e desapontados. Por isso, é importante identificarmos quais são os fatores cognitivos, sociais, biológicos ou afetivos que propiciam e auxiliam a aprendizagem. Existem várias características do aprendente que facilitam a aquisição de uma língua estrangeira.

REGRESSO PARA QUE PAÍS?

Esta semana, por duas vezes, Cavaco Silva referiu-se à importância do regresso dos jovens emigrantes a Portugal.

Não posso deixar de notar que, após ter dedicado a sua vitória eleitoral aos jovens, esta seja a única vez que oiço Cavaco Silva dirigir-se-lhes em concreto, curiosamente no final do seu mandato.

Quase cinco anos se volveram e o Presidente da República não conseguiu proferir uma única palavra de apoio aos jovens do seu País, nem mesmo quando se ouviu o Primeiro-Ministro aconselhar os jovens a emigrar.

ENTRE PARALELOS

A nossa vida, a de todos e de cada um, faz-se entre paralelos. Tudo começa e acaba numa latitude. Toda a nossa existência percorre latitudes, longitudes, paralelos e meridianos. Algumas até desenrolam-se entre trópicos, atravessando a linha do equador uma ou muitas vezes. Cada paralelo, cada ponto longitudinal é diferente do outro. Aliás, cada metro e cada um de nós é diferente. Nunca até hoje vi duas rochas iguais. Nunca até hoje senti que a água passasse duas vezes no mesmo sítio como já os sábios gregos antigos notaram.

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