Costuma ser em Novembro
mas tudo é uma questão de tempo.
Tudo tem o seu tempo;
se ainda assim fores com pressa
e provares uma por teimosia,
o paladar chamar-te-á a atenção:
— Anda daí que ainda não é dia!
Ah! sempre que chega o dia
— Que preguiça, preguicite, que soneira!
só te apetece ficar a observar
os homens e as mulheres de varapaus nas mãos
sovando a pobre da oliveira.
Os oleados no chão
são lenços que amparam as lágrimas;
gotas
que
caem,
uma
por
uma.
— Escuta, o som. Fecha os olhos.
Chuva de granizo, nuvens numerosas,
lágrimas amarguradamente tão afectuosas!
Nas sacas de serapilheira
guardas recordações deste dia.
— Malandro, só vieste para comer! — dizem-te.
Sorris, e voltas a sonhar.
Imagem de tattooedmartha. com
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Ricardo Jorge Claudino nasceu em Faro em 1985. Actualmente reside em Lisboa. Mas é Alentejo que respira, por inigualável paz, e pelos seus antepassados que são do concelho de Reguengos de Monsaraz. Licenciado em Engenharia Informática e mestre em Informação e Sistemas Empresariais pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Exerce desde 2001 a profissão de programador informático. Também exerce desde que é gente o pensamento de poeta. www.claudino. eu