Odemira, há muito que se assobia para o lado

Segundo informações que surgiram nos últimos tempos, estima-se que cerca de seis mil trabalhadores agrícolas vivam em casas sem condições em Odemira.

Este valor representa quase metade do número total de imigrantes no concelho.

Também já há bastante tempo se houve falar dos problemas de habitabilidade que estes imigrantes são sujeitos. Em alguns casos refletem também a exploração a que muitos são sujeitos.

Também há muito que se houve falar de tráfico de pessoas. Também há muito que se sabe dos casos de trabalho precário que acontecem naquela região do Alentejo. E não só!

Também sabemos que este Governo permitiu a instalação de contentores para imigrantes.

Foi preciso a crise sanitária provocada pela COVID 19 atingir os imigrantes de concelho de Odemira para se descobrir que tínhamos um problema de Direitos Humanos naquela parte do território português.

E o que se fez ao longo destes anos? Assobiou-se para o lado.

Precisamos de condições para todos os trabalhadores, independentemente da sua nacionalidade. Neste caso em concreto, é preciso que haja respeito pelos direitos humanos. Que haja respeito pelos direitos destes trabalhadores.

Obviamente precisamos de imigrantes porque são importantes para a agricultura (neste caso específico). São importantes para o País.

Uma coisa é certa, o governo falhou redondamente e continua sem quaisquer respostas sobre esta matéria. Assobia para o lado.

O problema principal nada tem a ver com a questão do ZMAR e dos seus proprietários. O problema principal, como já referi, é resolver esta situação de direitos humanos.

E não se pode assobiar para o lado.