14 Março 2024      09:20

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Produção de amêndoa no país aumenta impulsionada pelo Alentejo

A produção de amêndoa em Portugal cresceu quase 40 000 toneladas entre 2010 e 2022, impulsionada pelo aumento da área de amendoal no Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes.

Segundo os dados do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), citados pela agência Lusa, a produção de amêndoa com casca em Portugal passou de 7012 toneladas em 2010 para 46 215 toneladas em 2022.

Por sua vez, a produção de amêndoa sem casca ascendeu a 10 398 toneladas em 2022, acima das 1578 toneladas contabilizadas em 2010, sendo que um quilograma (kg) de amêndoas com casca equivale a 0,225 kg sem casca.

Albino Bento, presidente do CNCFS, afirmou que “a produção de amêndoa em Portugal tem tido um crescimento acentuado nos últimos anos, em resultado da forte renovação dos pomares de amendoeira observada em Trás-os-Montes, ao aumento da área de amendoal nesta região, mas principalmente devido ao forte aumento da área de amendoal no Alentejo e Beira Interior, com potencial produtivo devido à rega”.

Já a área de produção mais do que duplicou, no período em análise, de 26 842 hectares para 63 884 hectares.

Em Portugal, as principais regiões produtoras de amêndoa são Trás-os-Montes (26 770 hectares) e o Alentejo (26 698 hectares), representando, no total, 84% da área de amendoal no país.

“O Algarve era tradicionalmente uma região produtora de amêndoa, mas atualmente é pouco representativa”, apontou ainda Albino Bento.

As variedades mais utilizadas são Lauranne e Ferragnès (francesas) e Guara, Belona, Soleta, Marinada, Vayro e Glorieta (espanholas).

Contudo, apesar do aumento verificado na produção, as alterações climáticas têm sido um desafio para os produtores portugueses, uma vez que o aumento da temperatura no inverno tem causado uma floração antecipada, aumentando assim o risco de perda de produção com as geadas.

Perante este problema, os produtores nacionais “procuram cada vez mais variedades de floração mais tardia, mas mesmo essas florescem em março, ainda dentro do período de risco de geadas em Trás-os-Montes e parte da Beira Interior”, referiu o presidente do CNCFS.

Soma-se o facto de a primavera e o verão serem cada vez mais secos e quentes, afetando a produção de amêndoa em pomares de sequeiro.

Em 2022, Portugal exportou 28 786 toneladas de amêndoa com casca para Espanha e 2993 toneladas sem casca.

A Alemanha, por seu turno, recebeu, no mesmo ano, 298 toneladas, seguindo-se França, com 142 toneladas de amêndoa sem casca.