14 Abril 2023      19:36

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Porquê tantos atrasos no arranque da construção do bloco de rega de Reguengos?

Recordo os antecedentes deste processo: a intenção da construção do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz teve a sua origem após o anúncio do Procedimento n.º 4965/2014 de 4 de setembro de 2014 em Diário da República, para o desenvolvimento do “Projeto de Execução e Estudo de Impacte Ambiental do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz e Respetivo Bloco de Rega”.

Entretanto deste setembro 2014 para cá, já passaram mais de 8 anos e meio, e o processo continua sem grandes avanços. Muitas promessas, inúmeros compromissos, mas esta fundamental obra para os viticultores e outros produtores agrícolas da zona de Reguengos de Monsaraz continua por não ser concretizada.

Primeiro, foram as cativações de Mário Centeno, depois novas cativações de João Leão, e este investimento estruturante foi ficando nas «gavetas» do Ministério das Finanças.

De acordo com a informação mais recente a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S. A. lançou, o concurso público para “prestação de serviços para Gestão e Fiscalização da Empreitada de Construção do Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz (Estrada do Peral ao Reservatório da Bragada) e Bloco de Rega do Peral”.

No entanto, em termos práticos não se verificam grandes avanções, sobretudo para uma obra que foi prometida a sua conclusão para 2025. Recordo que no ano passado, a Sr.ª Ministra da Agricultura e da Alimentação garantiu que não haveria qualquer problema com esta obra e que o Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz teria água nos seus hidrantes até final de 2025.

Já ninguém acredita nestas palavras!

 

Recordo, também, que este processo contempla 2 fases, sendo a primeira fase subdividida em 3 subfases, nomeadamente a primeira que corresponde ao Bloco do Peral e Rede Primária, a segunda à Rede Primária da Vigia, Estação Elevatória e Reservatório da Bragada e Reservatório da Furada e a terceira é a Duplicação dos sifões na adução Álamos – Loureiro. A segunda fase integra duas subfases, que são o Bloco de Reguengos e o Bloco da Vendinha e Montoito. Segundo as informações existentes as outras fases só avançarão para novas empreitadas aquando a conclusão dos processos de concurso da empreitada anterior. Não havendo avanços, significa que as datas propostas nunca serão cumpridas.

Esta obra é, sem dúvida, uma espécie de «seguro de vida» para os viticultores da zona de maior produção de vinho da região. Tendo em conta as alterações climáticas que todos vamos verificando, esta é uma obra mais do que emergente.