A criptomoeda é já a moeda oficial de dois países, mas espera-se que num futuro próximo passe a ser a principal forma de pagamento em todo o mundo. E se o Alentejo fosse uma região incubadora desta moeda? Associado muitas vezes à desertificação, ao estigma do subdesenvolvimento e da escassez de modernidade, o Alentejo como capital portuguesa da criptomoeda traria inúmeros benefícios e oportunidades de negócio para toda a região.
O Mercado das Criptomoedas
Comecemos pelo início: entender o que é a criptomoeda. A criptomoeda é uma moeda digital que não é emitida por um governo nem verificada por um banco. As transações são feitas de A para B, sem um terceiro intermediário. A moeda mais conhecida é a Bitcoin, mas existem milhares de outras moedas digitais. Estima-se que o número esteja à volta dos 18 mil. Para além da Bitcoin, a Ethereum, a Binance, a Ripple, a Solana, a Dogecoin, a Polkadot, são algumas das criptomoedas mais conhecidas.
Por ser quase impossível acompanhar os valores de cada moeda, para começar a investir em criptomoedas, tem mesmo que escolher a plataforma adequada para o efeito. É preciso ter em conta o valor das comissões, as criptomoedas disponíveis para negociar, se a utilização é simples e rápida, e até os métodos de pagamento permitidos. Plataformas como a Bitsgap são uma boa solução para quem está a iniciar-se no mundo das criptomoedas.
O mercado das criptomoedas está em queda já há alguns meses. O chamado “inverno cripto” já levou a Bitcoin a cair cerca de 65% este ano. A guerra na Ucrânia, as medidas de anti-fragmentação dos bancos centrais, e o colapso de projectos como o FTX, são alguns dos fatores que justificam esta queda. Contudo, os investigadores predizem que a longo prazo a criptomoeda vai voltar a estabilizar, e os entusiastas desta nova forma de pensar o dinheiro continuam atentos e interessados em investir.
Casos de Sucesso
A criptomoeda tem crescido em todo o mundo de forma exponencial nos últimos anos. Estima-se, inclusive, que nos próximos 5 a 10 anos as criptomoedas substituirão o euro, segundo a opinião de 76% dos executivos da indústria financeira.
El Salvador e a República Centro Africano foram os primeiros dois países que tornaram como moeda oficial a criptomoeda. São Cristóvão e Nevis, um país localizado nas Caraíbas, é o terceiro interessado em tomar este passo, mas vai optar pela bitcoin cash (uma derivante da bitcoin), ao contrário dos outros países que optaram pela bitcoin.
Desde setembro de 2021, El Salvador, com a oficialização da bitcoin como moeda oficial, conseguiu sobretudo criar empregos e atrair investimentos. O setor da tecnologia cresceu 7% só em 2021, e a oferta de emprego cresceu dois dígitos.
El Salvador está a criar infraestruturas para atrair ainda mais investimento, projetando uma ‘Bitcoin City’, uma smart city baseada na utilização de bitcoin. E para além disso, o governo salvadorenho tem apostado na educação do seu povo sobre criptomoedas, inserindo o tema nas escolas primárias do país e abrindo cursos especializados para responder à procura de mão-de-obra no setor da tecnologia.
Apesar da queda da criptomoeda e das críticas de parte da população, o presidente de El Salvador continua a investir na criptomoeda e a comprar mais ativos para tornar este o principal foco do país.
Como Seria no Alentejo
É certo que ainda existem poucos exemplos de implementação da criptomoeda como moeda oficial, mas se pensarmos mais à frente, a exploração de novas indústrias como a da tecnologia de criptomoedas, poderá trazer enormes benefícios e oportunidades de negócio para o Alentejo.
Imaginemos a quantidade de jovens que viriam de todo o país e do estrangeiro para ter a oportunidade de fazer transações somente a partir de criptomoedas. E a quantidade de empresas que gostariam de fazer parte e ter sede num mundo ainda pouco fiscalizado.
Todo o investimento estrageiro, o movimento das massas, a inovação. Tudo isto traria mais mão-de-obra qualificada e melhoraria certamente o tópico da desertificação. Talvez sejam só sonhos, mas a criptomoeda começou como isso mesmo. Um sonho, uma utopia. O Alentejo podia ser a capital cripto de Portugal, um pólo tecnológico aberto ao mundo.
Conclusão
Com o mercado das criptomoedas em queda e os poucos exemplos de implementação como moeda oficial no mundo, talvez seja demasiado arriscado investir no Alentejo como capital das criptomoedas. Mas por essas mesmas razões, pode ser também uma oportunidade, porque é uma novidade e motivo de atração de investidores estrangeiros com vontade de entrar neste mundo. Apesar de tudo isto, o que é certo é que as criptomoedas não desaparecerão, e mais tarde ou mais cedo serão uma forma comum de pagamento, no Alentejo e em todo o mundo.
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