9 Maio 2023      15:25

Está aqui

Alunos do sul do país são os que mais chumbam ou abandonam a escola

O sul do país apresenta uma percentagem mais elevada de alunos que chumba ou desiste da escola, quando comparado com o norte e o centro, aponta o portal de estatísticas de Educação.

Estes são novos dados que se encontram agora disponíveis no Portal Infoescolas, onde podem ser consultados números regionais que permitem conhecer, num mapa, as zonas do país onde os estudantes apresentam maiores dificuldades académicas, refere a agência Lusa.

De acordo com estes números, os distritos que mais se destacam pela positiva são os de Viana do Castelo e de Braga.

No caso do 1.º ciclo, a taxa de retenção e de abandono escolar é de 0% em Viana do Castelo, de 1% em Braga, Aveiro e Coimbra, de 2% em Viseu e Leiria e de 3% em todos os outros distritos, excetuando Beja e Portalegre, que têm taxas de chumbo e insucesso de 6% e 4%, respetivamente.

No 2.º ciclo, os distritos de Viana do Castelo, Bragança e Aveiro destacam-se, tendo apenas 1% de chumbos e abandono. Já os distritos de Lisboa, Portalegre, Setúbal e Beja são os que têm piores desempenhos médios, uma vez que registam uma percentagem de 5%.

No ano letivo de 2020/2021, nove em cada dez alunos acabaram o 3.º ciclo no tempo esperado, tendo os melhores resultados sido obtidos pelo norte litoral e os piores pelo sul do país, uma vez que Portalegre e Beja registaram uma taxa de chumbos e abandono de 7% e Lisboa, Setúbal e Faro ficaram nos 6%.

No que respeita ao ensino secundário, mais de um em cada dez alunos de Lisboa, Beja e Setúbal reprovaram ou abandonaram a escola, o que representa 11% do total.

Em Faro, um em cada dez alunos também chumbou no secundário, o que representa 10% e, em Bragança, a taxa de retenção e desistência ficou nos 9%.

Existe depois uma taxa de retenção e abandono escolar de 7% que atravessa o país e que abrange os distritos de Leiria, Santarém e Évora.

Nos distritos de Portalegre, Castelo Branco, Coimbra, Viseu e Porto, as taxas foram de 6%, seguindo-se Aveiro, Guarda e Vila Real com 5%. Com 4% de retenção, ficaram os distritos de Braga e de Viana do Castelo.

Em todo o país, no ano letivo de 2020/2021, 77% dos alunos do ensino secundário concluíram com sucesso o curso científico-humanístico, enquanto os restantes 23% deixaram a escola ou reprovaram em algum momento durante o percurso que tem uma duração esperada de três anos.

Ao longo do tempo, a taxa de insucesso tem diminuído: no ano letivo de 2018/2019, 63% dos alunos terminaram o secundário nos três anos, percentagem que subiu para 70% em 2019/2020 e para 77% em 2020/2021.

Nos cursos profissionais, a tendência também é de melhoria: em 2018/2019, 62% dos alunos concluíram os estudos no tempo esperado, percentagem que subiu para 65% em 2019/2020 e para 70% em 2020/2021.

As taxas de sucesso também têm aumentado entre os alunos mais novos, uma vez que, no ano de 2020/2021, a grande maioria (91%) dos alunos do 1.º ciclo concluiu os quatro anos sem reprovar.

Outros dados disponíveis neste portal mostram também que os alunos carenciados de Beja apresentam uma maior dificuldade em concluir o ensino secundário sem reprovar, algo que apenas metade conseguiu fazer no ano letivo de 2020/2021, sendo este o distrito onde se registam os níveis de equidade mais baixos. O indicador “equidade” permite fazer uma comparação entre os resultados dos alunos mais carenciados e a média nacional, tendo esta diferença ficado nos 17,3 pontos percentuais em Beja.

O portal Infoescolas aponta que, no caso deste distrito, a percentagem de alunos carenciados que conseguiu acabar o ensino secundário nos três anos foi de 51%, sendo esta a percentagem mais baixa registada em todo o país no ano letivo de 2020/2021. No total dos alunos finalistas, 68% concluiu o 12.º ano sem chumbar.

Por outro lado, Portalegre foi um dos sete distritos onde se registou uma taxa mais elevada no que respeita à conclusão dos estudos no tempo esperado (80%).

No portal Infoescolas, encontram-se dados referentes aos mais de 1,17 milhões de alunos que se encontram matriculados nas mais de cinco mil escolas, fez saber Nuno Neto Rodrigues, diretor-geral da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).

Nesta plataforma, encontra-se também o “Infocursos”, dedicado aos cursos de ensino superior.

 

Fotografia de publico.pt