7 Agosto 2016      09:59

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ALENTEJO COM SEDE

Os calores habituais desta época do ano têm sempre duas consequências óbvias: os incêndios e a falta de água, sendo esta segunda um autêntico flagelo na região Alentejo. Desde o final de julho que as regiões do sotavento Algarvio e Baixo Alentejo se encontram em situação de seca fraca.

Ribeiras, riacho, charcas e pequenas albufeiras já secaram devido aos efeitos de três anos de pouca chuva e ao verão mais quente dos últimos 86 anos - dados do IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

O presidente da Câmara de Mértola (Beja) defende já que o Governo deve declarar o estado de seca ou calamidade no seu concelho, onde já desde a primavera tem faltado a água em vários pontos do concelho – tem sido transportada água para várias localidades através dos autotanques dos Bombeiros para os depósitos locais -  e sendo havendo mesmo explorações pecuárias com dificuldades imensas em conseguir dar água aos animais.

O mesmo se passa em Almodôvar (Beja) onde são os bombeiros quem abastece oito das povoações mais isoladas já desde abril, uma vez que as reservas de água do concelho são quase nulas como revela o autarca António Bota, ao Diário de Notícias:  "O abastecimento às pessoas já é quase e diário” assumindo também muita dificuldade para as explorações agrícolas e pecuárias que têm feito muitos quilómetros em busca de água.

O IPMA diz que a situação é normal e que há sempre áreas do Alentejo e Trás-os-Montes que precisam de abastecimento por autotanque. E, ainda ao DN, revelou que, a nível dos incêndios, "este ano tem corrido bem, porque andamos apenas pelos 7 mil hectares ardidos".

Em Ourique, o presidente da Câmara, Marcelo Guerreiro, admitiu à Lusa alguns "problemas de seca" no concelho, mas revelou estarem a ser "salvaguardadas todas as questões de abastecimento de água" às populações a partir da barragem do Monte da Rocha, sendo que as situações mais graves se predem também com os produtores pecuários e as explorações agrícolas.

Também no distrito de Évora, Redondo e Alandroal têm recebido água através de autotanques e Vila Viçosa tem tido quebras constantes no abastecimento.

No Alandroal, a situação – desde há 15 dias – é mesmo alarmante e corre água turva nas torneiras sem que a autarquia o conseguisse explicar aos munícipes afetados.

Num comunicado a autarca referiu que o município desconhecia as causas e qualquer possível intervenção da AdLVT - Águas de Lisboa e Vale do Tejo na rede de abastecimento de água do concelho.

A resposta chegou a 2 de agosto, quando a AdLVT revelou “o aumento súbito do parâmetro turvação na madrugada de 1 de agosto” na nova captação que a empresa passou a utilizar, denominada Poço das Morenas, recentemente reabilitada, no entanto, a potabilidade da água nunca esteve em causa – garantiu a entidade ao PÚBLICO.

 

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