8 Maio 2020      19:07

Está aqui

Alandroal vai recuperar integralmente capela com mais de seiscentos anos

O município de Alandroal anunciou hoje o estabelecimento de um protocolo de colaboração com a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo), a Paróquia de Terena, S. Pedro e a Confraria de Nossa Senhora da Boa Nova, entidades proprietária e zeladora da Capela da Boa Nova, do século XIV, que vai permitir a intervenção de conservação, restauro e reabilitação daquele património histórico em três fases sucessivas.

A primeira, com projeto técnico já desenvolvido pela DRCAlentejo e cedido ao município, incide sobre a cobertura e todo o exterior do imóvel. A segunda e terceira, com projetos técnicos a desenvolver pela autarquia, correspondem, respetivamente, ao restauro do interior da capela e aos arranjos exteriores ao monumento.

O protocolo agora assinado será enquadrador de uma candidatura a fundos do PO regional com o objetivo da recuperação integral deste relevante Monumento Nacional, mas o município vai avançar já para a concretização da primeira fase devido à urgência da intervenção, uma vez que já neste ano, realizou, em colaboração com a DRCAlentejo, arranjos de emergência na cobertura que se revelaram insuficientes face à dimensão do problema.

O imóvel, que por estas razões está incluído na Carta de Risco do Património Cultural, é um dos mais relevantes santuários marianos no Alentejo e “apesar das múltiplas dúvidas que se colocam a respeito da (sua) origem, construção e funcionalidade (...) está para além de qualquer dúvida o estatuto desta obra como uma das mais importantes de quantas se realizaram em Portugal durante o século XIV. Com o grande monumento de Flor da Rosa e, parcialmente, com a fase gótica da igreja de Vera Cruz de Marmelar, a Boa Nova integra a tipologia de "igrejas-fortalezas", categoria histórico-artística que pretende diferenciar entre as construções religiosas fortificadas (como Leça do Balio) e as verdadeiras fortalezas, cuja planimetria, volumetria e espacialidade obedece, em tudo, a pressupostos.”