21 Agosto 2015      13:05

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NASCEM SARAMUGOS NO FLUVIÁRIO DE MORA

Em 2007, o Fluviário de Mora e Universidade de Évora lançaram-se num projeto que previa a reprodução do saramugo (Anaecypris hispânica) , um peixe, exclusivo do Guadiana, e que estava em extinção - segundo os critérios da International Union for Conservation of Nature (IUCN) e do Atlas e Livro Vermelho dos Peixes Continentais de Espanha (2002) - e era mesmo uma das mais ameaçadas do mundo.

Nas últimas década, a população de saramrugos na Bacia Hidrográfica do Guadiana - mais precisamente nas ribeiras do Vascão (Mértola) e de Odeleite - sofreu uma redução de 80 por cento.

A culpa é repartida entre a construção de barragens, a poluição causada por descargas, as captações de água e a introdução de espécies exóticas e não autóctones no rio Guadiana, como o achigã ou o lúcio-perca.

Foi neste cenário que, em junho deste ano, O Fluviário de Mora recebeu do Instituto de Conservação da Natureza e das Floresta (ICNF) 30 exemplares de saramugo para realização de ensaios de reprodução, no âmbito do projeto “Plano Acção Saramugo”.

Já em agosto e pela primeira vez, o Fluviário de Mora, no Alentejo, conseguiu reproduzir em cativeiro saramugos. Nasceram 30 exemplares e Luísa Sousa, bióloga do Fluviário de Mora, disse à Lusa: "Antes, já tínhamos recebido uns exemplares, mas não se tinham conseguido reproduzir, porque nem sempre a reprodução tem sucesso. Esta foi a primeira vez que se reproduziram aqui.”

Estes exemplares serão devolvidos à natureza “mas só será daqui a mais tempo, quando tivermos uma segunda população", ou seja, "só quando estes que agora nasceram forem adultos e, no próximo ano, se reproduzirem" explicou a bióloga.

O Fluvirário de Mora conta já com mais de 600 exemplares de 70 espécies e continua a sua expansão em promoção e defesa do mundo subaquático de água doce.

 

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