2 Julho 2015      15:47

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IDEIAS À BEIRA-MAR PLANTADAS

Em tempos Portugal deu novos mundos ao mundo. Um primeiro motivo foi o facto de estarmos mesmo aqui à beira-mar. Com praticamente metade da nossa fronteira virada para o mar, era para aí que tínhamos que conquistar algo. Muito provavelmente um outro motivo estava relacionado com o facto de que os portugueses tinham de fazer algo para “sobreviver”. E com isso inventaram as caravelas e vários instrumentos de navegação, tendo transformado o mundo que era plano em algo mais redondinho. E com isso mostrámos que conseguimos ser grandes!

Hoje em dia a história repete-se. Seja porque os níveis de desemprego são elevados, seja porque continuamos a ter grandes capacidades, seja por que motivo for, os Portugueses continuam a dar que falar por esse mundo foram com as suas inovações.

Quando se fala em inovações portuguesas, provavelmente a maior parte das pessoas lembrar-se-á da Via Verde que permite às pessoas circularem nas autoestradas sem parar (o que poupa tempo). Mas há muitos outros exemplos que podem ser utilizados. É também portuguesa a ideia de ter um cartão de telemóvel carregado – a então TMN lançou o inovador Mimo. E os cartões recarregáveis sobrevivem até hoje. Outro exemplo típico é o sistema de ATM português, um dos mais avançados do mundo. Além do levantamento de dinheiro, podemos pagar impostos, serviços e até obter licenças de caça ou pesca.

E mesmo nos setores que são identificados como tradicionais em Portugal, são apresentadas inovações: têxteis-lar com cheiro e com temperatura autorregulável, produtos de cortiça (desde roupas a malas e até skates!), produtos da indústria do calçado, velas aromáticas a partir de óleos alimentares usados (reciclagem!) ou a produção de embalagens de plástico PET mais finas (mais baratas e amigas do ambiente) são apenas alguns exemplos.

Mas há outros setores menos tradicionais onde também temos inovações: a Cardmobili que permite aos seus clientes substituírem cartões físicos por cartões virtuais, a Nelo que produz caiaques destinados à alta competição (nos Jogos Olímpicos de Pequim, 20 dos 36 medalhados equipavam com caiaques desta empresa) e até inovações na área da nanotecnologia (com Elvira Fortunato à cabeça) são apenas mais alguns exemplos.

Mas há mais: cada vez mais temos empresas a encontrar nichos em mercados gourmet: produtos como sabonetes que utilizam azeite, sabonetes de leite de burra, papel higiénico com cores (principalmente o preto e o vermelho, ícones da decoração de casas de banho e inovações da Renova), enchidos de chocolate ou com cereja estão entre estes exemplos.

A minha atividade profissional permite-me ter contacto com esta realidade mas também trabalhar com potenciais inovadores e empreendedores. No início de julho teve lugar a fase regional do concurso Poliempreende, um concurso de ideias para a comunidade do ensino politécnico. Nesta fase regional, são agraciados com prémios os três melhores projetos. Tive a felicidade de colaborar diretamente com o 1º e o 3º classificados (e ainda com outros dois projetos, dos quais tenho também muito orgulho em ter colaborado), com alunos empreendedores e que espero que, num futuro breve, estejam em listas do género.

Afinal de contas, os Portugueses continuam com os Descobrimentos…