No livro “Economia explicada ao meu filho”, a determinada altura está uma passagem onde escrevo que todos nós somos Economistas: não de formação mas de ação. E isto é puramente verdade: a Economia analisa a forma como os agentes económicos fazem escolhas, devido ao facto de terem um elevado número de necessidades e de terem recursos que são escassos. E essas escolhas implicam benefícios e custos, sendo que todos nós somos obrigados a entrar neste processo.
Só que, além de ser Economista de ação, eu sou também de formação e de profissão. E de facto, muitas vezes deparo-me com situações em que as pessoas não sabem o que faz um Economista. O estereótipo é grande: números!
Vou passar a elencar algumas das coisas que, como Economista, faço (ou já fiz) na minha atividade profissional. Obviamente algumas das coisas não as faço por ser Economistas, mas faço-as relacionadas claramente com essa minha formação. Temos então as seguintes atividades (a ordem é aleatória):
- docência (que inclui procurar informações, materiais e preparar aulas);
- formação (idem);
- investigação (que inclui ler material de outros, criar material, escrever e por vezes ir a apresentações em conferências);
- revisão de artigos;
- escrita de livros;
- escrita de crónicas;
- elaboração de projetos de investimento;
- realização de análises de custo-benefício.
Estas são as atividades às quais eu já dediquei algum tempo, como Economista. Mas posso garantir que há mais: os Economistas também fazem análise de mercados financeiros, fazem previsões económicas, fazem programas de televisão e rádio, fazem contabilidade em empresas, fazem regulamentos, fazem planeamento de atividades… e muitas outras coisas que não cabem aqui todas. Mas desde já fica aqui a indicação que nem todas elas envolvem números, ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa.
O que lhe vou mostrar nas próximas crónicas tem a ver com a minha atividade como Economista. Vou explicar, utilizando os meus exemplos, aquilo que um Economista pode fazer. Espero que goste…