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Opinião

34 COM A 7.ª

Da minha janela de casa vê-se o pátio interior de um prédio onde vive muita gente cujos rostos não me são familiares. Se algum dia os vi, não me recordo deles. Se os voltar a ver, não me recordarei da última vez em que os vi. Ter vizinhos num prédio em que o convívio se restringe a um olá como está no elevador quando é caso disso torna-nos um número de apartamento e uma caixa de correio. Somos isso.

MAIS RÁPIDO QUE A CALCULADORA

Hoje, mais do que nunca, os alunos revelam uma enorme dependência de tudo aquilo que lhes permita contornar o trabalho mental, sendo frequente que, ao invés de pensarem um pouco no problema matemático que lhes é colocado, lancem mão à calculadora, de forma quase automática, crentes do seu carácter milagroso.

A BACOQUICE DO NOVO IMI

Inicialmente pensei abordar a promiscuidade de interesses que é o Sec. de Estado dos Assuntos Fiscais ir a convite da GALP ao Euro 2016, quando existem conflitos judiciais que envolvem mais de 200€ milhões entre o Estado e a Galp.  Tal é a falta de ética existente, que não adianta estar a tecer mais comentários sobre este mesmo assunto. Simplesmente lamentável e de evitar por completo. A credibilidade de Políticos sérios vê-se, também, neste tipo de atitudes.

EFEITOS DO VERÃO

Todos os anos, com maior incidência no período que medeia entre a segunda quinzena de Julho e o mês de Agosto, assistimos ao fenómeno… para uns é a chamada Silly Season, para outros é apenas o disparate já conhecido.

Todos os anos é comum existir por parte da classe política (dita profissional) verdadeiras perolas que alimentam as conversas de café, ou agora os murais das redes sociais… se umas vezes é a tardia intervenção na banca (por exemplo), outras são as revisões as legislações existentes.

A CULTURA: A UM PÍXEL DO PROGRESSO

Esta crónica poderia ter como título: A Cultura, a um píxel do progresso ou a necessidade de uma nova vaga arejada e permanente para o avanço das políticas culturais. Neste particular, a campanha “Vamos por o Sequeira no lugar certo” foi uma agradável surpresa de envolvimento da cidadania nas políticas culturais, mobilizou o país em torno de um objetivo comum – a aquisição de um píxel para colocar o quadro de Domingos Sequeira, da série Palmela, no Museu Nacional de Arte Antiga.

A LIÇÃO DO BUTÃO

O clima social na União Europeia (UE) está mais tenso, as pessoas estão com medo e deixaram-se apoderar por sentimentos defensivos e de desconfiança, prova disso é que após 43 anos de vida em comum, o Reino Unido decidiu abandonar a UE.

AS LIÇÕES DE MORAL DO GOVERNO

Não sou de todo alguém que se socorre da direção espiritual de uma entidade superior e omnipresente, no entanto, admito na condição de ateu, que os exemplos demonstrativos que encontramos na bíblia são um ótimo manual para o nosso dia-a-dia quotidiano.

AOS QUE AINDA PODEM MUDAR O MUNDO

Se não me sinto segura a culpa é da certeza que tenho um futuro a encarar – mostrar a cara ao monstro que sorri faz medo. Porque há, algures, um monstro e porque esse monstro gosta de sorrir quando me encara. Se tenho medo do futuro é porque tenho tempo para pensar no que me vou transformar. No que as minhas mãos, e os meus braços, e as minhas paciências e lutas serão capazes de trazer para o lugar da minha vida. Há, portanto, uma vida, a esperança de uma vida, o medo irracional de tão racionalizado que se transforma quase num direito de ter medo.

O CANTAR DO GALO

Em Manhattan os galos não cantam nem às 4 nem às cinco da manhã. Não é por ser a cidade que nunca dorme, mas porque, parece-me, há poucos galos na cidade americana que vivam no meio daquela encruzilhada urbana. Jardins nos topos dos prédios há alguns, já os vi quando subi ao prédio mais alto da cidade. Vi, a partir do Rockefeller Center, alguns jardins no topo de edifícios mais baixos. Não vi, até hoje, nenhum galinheiro. Espero ainda ter essa surpresa. Espero ainda ouvir o som dos galos a despertar a cidade que não dorme. Embora isso seja, no fundo, um paradoxo. Sei-o.

EMOÇÕES FORJADAS

Eu ontem cheguei de volta ao Brasil, após 3 anos de ausência. À noite, como de costume, na casa onde eu estava, a televisão hd transmitia a Rede Globo. Após a “novela das 7”, veio o Jornal Nacional.

Às vésperas das olimpíadas, obviamente, grande espaço foi reservado a este evento. Por serem rápidos e diversificados, os telejornais ‘globais’ costumam selecionar as suas pautas e organizá-las de maneira a ser criada uma narrativa, elaborada no sentido de despertar no telespectador emoções coerentes com a agenda política da emissora e dos seus parceiros econômicos e políticos.

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