O governo espanhol autorizou ontem a construção de um armazém de resíduos nucleares em Almaraz e o facto provocou reacções imediatas do lado de cá da fronteira com o Governo a avisar que um protesto vai seguir para Bruxelas e o eurodeputado Carlos Zorrinho a apelidar a de decisão de "inaceitável no plano ético e legal ", que causa um problema diplomático sério entre Portugal e Espanha.
Zorrinho já havia alertado a Comissão Europeia para os problemas que se levantavam com a construção deste armazém de resíduos que visam prolongar a vida útil da central nuclear de Almaraz e suspeita que Espanha se tenha antecipado à transposição da nova diretiva comunitária sobre o nuclear (EURATOM) a implementar até Agosto do próximo ano e que é muito "mais exigente em matérias de segurança e supervisão europeia".
A Comissão Europeia chegou a responder aos alertas de Carlos Zorrinho esclarecendo que na atual diretiva a decisão de autorizar o investimento pertence apenas ao Governo Espanhol. Seria diferente se a nova diretiva tivesse já sido transposta e é este o facto que, para Zorrinho, motiva esta posição unilateral do governo espanhol, mesmo quando este já havia marcado uma reunião para dia 9 de janeiro com o governo português para discutir o assunto.
O eurodeputado vai questionar a Comissão Europeia sobre o procedimento de Espanha.
Situada a 100 km da fronteira portuguesa, com os distritos de Castelo Branco e Portalegre e junto ao maior rio Ibérico, o rio Tejo, a Central Nuclear de Almaraz é propriedade da Iberdrola (53%), Endesa (36%) e da Gas Natural (11%), produzindo o equivalente a 75% de toda a produção de energia elétrica da Estremadura.
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