25 Fevereiro 2019      09:43

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Um teste disfarçado de censura

Há poucos dias CDS apresentou uma moção de censura ao Governo. Mais uma vez uma moção chumbada à nascença pelos votos contra de PS, PCP e BE.

Não sendo uma surpresa este tipo de atitude por parte da actual direção do CDS-PP, Assunção Cristas acabou por surpreender, pela negativa, ao ter dificuldades em justificar a própria moção de censura, quase pedindo desculpa por tê-lo feito aquando da sua apresentação.

Não obstante os pontos de discórdia já conhecidos, Assunção Cristas acabou por não recorrer a nenhum para justificar esta iniciativa.

Acabou por ficar bem claro que esta moção de censura tinha um objetivo principal: testar o PSD e forçá-lo a tomar uma posição contra ou a favor do Governo.

Possivelmente, embora num plano secundário, esta moção de censura terá ajudado para um novo abafamento da polémica em torno da aquisição do altice arena por parte do genro de Cavaco Silva.

Acima de tudo, esta moção acabou por revelar o verdadeiro foco de Assunção Cristas, atacar o PSD e chegar ao poder custe o que custar (não nos esqueçamos que ainda esta semana disse estar preparada para ser primeira-ministra).

O que não conseguimos ainda ouvir é um conjunto de propostas alternativas que Assunção Cristas possa vir a aplicar no caso de ganhar as legislativas.

As sondagens continuam a provar que este tipo de estratégias já não convence os portugueses.

As pessoas estão cada vez mais atentas e informadas e querem algo mais que acções populistas.

Se Assunção Cristas não se aperceber disto rapidamente, corre o risco de ter ainda menos percentagem de votação do que a conseguida aquando da corrida à Câmara de Lisboa.

Portugal precisa de uma boa oposição e não de jogos de ataque sem fundamento.

Quem será capaz de assumir o verdadeiro papel de principal partido da oposição?

 

Imagem de capa de http://circulodainovacao.pt, de Mário Cruz

 

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