12 Abril 2022      08:39

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Seca melhorou no distrito de Beja mas há “prejuízos irrecuperáveis”

Rui Garrido, presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul

A situação de seca “melhorou um pouco” no distrito de Beja com as chuvas registadas no início da primavera, mas os prejuízos provocados antes são “irrecuperáveis”, disse Rui Garrido, presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul.

Em declarações à agência Lusa, o responsável adiantou que “é evidente que melhorou um pouco. Há mesmo zonas, no sul do distrito de Beja, com solos mais fracos, em que estas chuvas provocaram logo escorrimentos e encheram pequenas charcas e barragens utilizadas para o abeberamento do gado”.

Contudo, “quando choveu, havia já prejuízos provocados pela seca que são irrecuperáveis, quer nas pastagens/forragens, quer nos cereais, quer nas oleaginosas de outono/inverno, como a colza”.

Segundo o responsável, “o facto de as temperaturas também não terem sido muito altas, também foi positivo” para a melhoria da situação de seca no distrito de Beja, mas “o que choveu foi pouco para repor as pastagens”.

Por isso, “os agricultores continuam a alimentar o gado usando forragens conservadas e palhas que tinham e comprando rações”, que estão com preços “cada vez mais altos” e, “mais uma vez”, há a “possibilidade de faltarem no mercado”.

“A mesma situação verificou-se com quem faz agricultura biológica”, porque “faltam os produtos para alimentar o gado”, indicou ainda Rui Garrido, referindo que, neste caso, “houve, e bem, abertura do Ministério da Agricultura para que pudessem ser utilizados outros tipos de alimentos da agricultura convencional”.

Rui Garrido disse também que os agricultores e a ACOS querem que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que foi reconduzida no cargo e transitou do anterior para o atual Governo PS, “oiça os agricultores”.

“A ministra agora faz parte de um governo que é para quatro anos e é preciso que trabalhe connosco, oiça a lavoura, oiça as nossas opiniões, isso é fundamental num ministro”, frisando que isto, “por vezes, não tem acontecido” com Maria do Céu Antunes.

De acordo com o responsável, “são conhecidas as desavenças” que têm existido “em determinados momentos entre ministra e a CAP” – Confederação dos Agricultores de Portugal, da qual fazem parte a ACOS e a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA), também presidida por Rui Garrido.

Por isso, “o que desejamos é ter uma ministra que oiça e trabalhe com a lavoura, porque torna tudo mais fácil para ela e também para nós e há mais possibilidade de chegarmos a consensos”.

Rui Garrido disse que é no sentido de que a ministra da Agricultura “oiça os agricultores” que a convida a visitar a Ovibeja deste ano, que vai decorrer entre os dias 21 e 25 de abril, no Parque de Feiras e Exposições de Beja – Manuel Castro e Brito.

 

Fotografia de vozdaplanicie.pt