A Anacom divulgou que há grandes desigualdades de cobertura e qualidade de serviço das redes móveis nas zonas predominantemente rurais, onde há zonas sem nenhuma cobertura de rede. De forma geral, é na Área Metropolitana de Lisboa (AML) que se identifica melhor cobertura e melhor qualidade dos serviços, seguindo-se Norte e Algarve. “No extremo oposto, com os piores desempenhos”, estão Centro e Alentejo, refere a entidade.
De acordo com o jornal Público, a Anacom assinalou que se observam “desempenhos diferenciados entre as tipologias de áreas urbanas, com piores desempenhos nas áreas predominantemente rurais, e entre os operadores, em particular os piores desempenhos da Meo e da Nos, em UMTS e em LTE”.
Adicionalmente, nos serviços de Internet suportados nas redes de terceira geração (UMTS) e quarta geração (LTE) são os operadores que têm mais clientes aqueles que registam piores resultados.
Já a Vodafone, “que na maioria dos indicadores analisados no estudo regista o melhor desempenho, apresenta um pior desempenho em GSM [segunda geração móvel]”, acrescentou a entidade reguladora.
Com as 4791 chamadas de voz, 32.005 sessões de dados e 2.901.215 medições de sinal rádio realizadas entre meados de 2019 e final de 2020, de Norte a Sul, o regulador concluiu que a “cobertura rádio apresenta alguma variabilidade, observando-se níveis de sinal de ‘Muito Boa’ ou ‘Boa’ qualidade”.
No entanto, outros resultados estão em níveis “abaixo dos parâmetros adequados, em particular níveis significativos de cobertura rádio ‘Má’ ou ‘Inexistente’, nomeadamente em UMTS e LTE nas zonas predominantemente rurais”.
A Anacom diz ainda que “o serviço de voz apresenta bom desempenho global em todos os operadores”, mas, mais uma vez, nas áreas predominantemente rurais, “observa-se uma acentuada degradação do desempenho”, na capacidade de estabelecimento e de retenção de chamadas.
Quanto à Internet móvel e à transferência de ficheiros, “regista-se bom desempenho global, observando-se algumas diferenças entre os operadores e, de forma mais acentuada, entre as tipologias de áreas urbanas”, sumariza a entidade em comunicado.
Mas, novamente, “a capacidade de estabelecimento e retenção de sessões de transferência de ficheiros, em download e em upload, apresenta uma acentuada degradação nas áreas predominantemente rurais, sobretudo no operador Meo”.
Há igualmente uma “deterioração significativa da velocidade de transferência de ficheiros nas áreas predominantemente rurais, sendo os valores médios cerca de metade dos registados nas áreas predominantemente urbanas”.
“De uma forma geral”, são a “Meo e as áreas predominantemente rurais” que “registam os piores desempenhos”, conclui o regulador.
A Anacom sublinha ainda que as medições para este estudo de qualidade “foram efetuadas de forma sistemática, com procedimentos padronizados e sem intervenção ou decisão humana”. Também se realizaram em “igualdade de condições para os vários operadores, permitindo a análise objetiva e comparativa dos desempenhos”.