A empresa agroindustrial Sogepoc vai inaugurar, na próxima sexta-feira, no concelho de Évora, a primeira fábrica de processamento de nozes em Portugal, num investimento de 6,2 milhões de euros e com capacidade de 4.000 toneladas.
Em comunicado citado pela Lusa, a empresa explica que esta se trata da terceira fase de um projeto que abrange uma área de 647 hectares (477 hectares de nogueiras e 170 hectares de amendoeiras) em São Manços (Évora) e em Veiros (Estremoz) e que “incentivará fortemente o crescimento da produção de nozes” no país.
A fábrica terá capacidade para processar “não só a produção do Grupo Sogepoc, mas também a de terceiros”, que passam “a ter soluções de processamento e para o crescimento do setor no país”.
A linha de processamento vai permitir, entre outros, o “descasque de nozes e a produção de produtos derivados inovadores, como o óleo de noz ou leite de noz”.
Adicionalmente, é, também, um projeto com um “enquadramento fortemente exportador” e com “impacto relevante na economia local” ao nível da criação de cerca de 80 empregos diretos e indiretos, além do impacto no “ecossistema empresarial” da região. A “sustentabilidade e eficiência energética”, bem como a “inovação de produto e tecnológica” são outros aspetos destacados pela Sogepoc.
Ainda de acordo com a empresa, “a linha de processamento de nozes é uma atividade crítica na cadeia de valor de produção de nozes, que inclui a remoção da casca exterior verde, lavagem das nozes e secagem. Com esta nova fase de integração vertical, pretende-se controlar a qualidade do produto final e assegurar a sustentabilidade e rastreabilidade da produção”.
Entre os fatores de sustentabilidade incluídos no projeto da Sogepoc estão a “eficiência da rega”, através de monitorização com sondas, a utilização de “energia solar”, o “enrelvamento da entrelinha” das plantações, a “utilização da casca como fertilizante” e a “reutilização da água do processamento”.
A Sogepoc recorre ainda a “atomizadores equipados com sensores óticos para redução do uso de fitofármacos” e vai estabelecer “protocolos com a Universidade de Évora e o INIA [Instituto Nacional de Investigação Agrária] para estudo de boas práticas agrícolas”.
O projeto será inaugurado pelos ministros da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
No mesmo comunicado, a empresa adianta que é “um grupo familiar de capital português com uma longa experiência na agroindústria”. Desde 2016, a empresa “tem vindo a fazer um investimento no setor dos frutos secos”, procurando dar resposta ao aumento do consumo de “amêndoas, nozes, pistáchios, avelãs, cajus, pinhões ou amendoins”, alavancado pelos “benefícios para a saúde, tendências de alimentação saudável e pelo seu valor nutricional”.