7 Março 2023      11:56

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Parque Mineiro de Aljustrel entra este ano em funcionamento

O Parque Mineiro de Aljustrel, que representou seis milhões de euros de investimento e que pretende prestar "uma homenagem aos mineiros”, vai entrar em funcionamento ainda durante este ano, de forma experimental, afirmou Carlos Teles (PS), presidente da Câmara Municipal de Aljustrel.

O presidente do município revelou à agência Lusa que o ano de 2023 “será o ‘ano zero’ do projeto, em que testaremos e avaliaremos o modelo de visitação e adequaremos progressivamente o produto aos visitantes e ao mercado turístico”.

De acordo com Carlos Teles, “o Parque Mineiro de Aljustrel é, principalmente, uma homenagem aos mineiros de Aljustrel, aos homens e às mulheres que, ao longo dos séculos, tiveram e continuam a ter as suas vidas intimamente ligadas às minas”.

O autarca acrescentou também que o município de Aljustrel é um dos territórios mineiros “mais antigos do Mundo ainda em atividade, o que, por si só, é diferenciado e diferenciador”.

“Em Aljustrel, a atividade extrativa tem 5.000 anos e marca a identidade e a paisagem da nossa terra, deixando marcas indeléveis nos homens e nas mulheres desta terra e um legado no subsolo, mas também à superfície”, sublinhou, referindo igualmente que “a par desta dimensão humana, existe em Aljustrel um importante património notável pela sua singularidade”, desde os malacates (elevadores presentes nos poços das minas) às galerias romanas e à galeria mineira do Piso 30, que vai poder ser visitada.

Este novo parque, que resulta de um investimento de cerca de seis milhões de euros, contou com financiamento comunitário e com verbas da Câmara Municipal.

A autarquia avançou ainda, em comunicado, que este se trata de um projeto que “tem objetivos de lazer, didáticos e de investigação, ao mesmo tempo que contribui para minimizar a degradação ambiental” ligada a antigos locais de exploração.

No âmbito da criação deste parque, foram também levados a cabo projetos como a requalificação dos bairros mineiros, a construção de ciclovias e do Centro de Receção e Acolhimento, a colocação de passadiços na zona do ‘Chapéu de Ferro’ e também de sinalética e de equipamentos multimédia pela vila.

“Foi um processo longo, que envolveu diversas tipologias de financiamento, sempre com o apoio de fundos comunitários”, referiu Carlos Teles.

O presidente destacou também que o processo de valorização das áreas mineiras desativadas “não teria sido possível de realizar sem parceiros importantes”, como a atual concessionária das minas de Aljustrel, a Almina, e a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).

O autarca afirmou ainda que, durante o ano de 2023, vão ser organizadas “visitas piloto” ao parque mineiro, sendo estas especialmente direcionadas “à comunidade educativa e a grupos específicos”.

“Ao mesmo tempo, procuraremos adequar o produto às especificidades e exigências das visitas de caráter mais educativo e ou científico”, notou.

Durante este período, é também objetivo da Câmara Municipal “envolver” a população e também os operadores turísticos, de restauração e de hotelaria do concelho alentejano.

“O Parque Mineiro de Aljustrel só faz sentido se for ‘adotado’ pela população de Aljustrel, pelas entidades locais e pelos empresários”, concluiu o presidente.

 

Fotografia de alentejo.sulinformacao.pt