16 Julho 2018      10:37

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O resgate do resgate

O mundo recupera ainda do resgate de 12 jovens e do seu treinador numa gruta na Tailândia. Uma operação que envolveu equipas de vários profissionais de diversas áreas e de todo o Mundo.

Em tempo record, estes profissionais não só elaboraram um plano exequível e que pensou em cada pormenor do trajecto e na dificuldade que seria que crianças que não sabiam nadar pudessem atravessar.

A lamentar há uma morte do mergulhador que se encontrava de férias e se voluntariou para ajudar na operação.

Há no entanto várias lições a retirar de toda esta operação e da atitude dos profissionais que nela estiveram envolvidos.

Durante toda a operação a comunicação social foi afastada, dando assim espaço a que todas as equipas envolvidas trabalhassem sem interrupções ou tentativas de aproveitamento mediático de uma situação que, à mínima falha, poderia tornar-se numa tragédia.

O treinador, ainda que de idade jovem e reconhecendo a sua responsabilidade na situação, tudo fez para que os seus alunos aguentassem mais de duas semanas na gruta com recurso à meditação e nunca os deixando desistir.

Os pais das crianças na gruta em tempo algum se preocuparam em acusar fosse quem fosse do sucedido. Em vez disso preocuparam-se em deixar trabalhar os profissionais envolvidos no resgate e em dar forças aos seus filhos através das escassas formas de comunicação disponíveis.

Colocaram toda a revolta que estavam a sentir nessa altura e deram tempo à sua prioridade: salvar os seus filhos.

Nunca se viu destes pais uma acusação que fosse aos profissionais envolvidos e ao trabalho dos mesmos.

Todos respeitaram o esforço dos profissionais e o tempo da operação de resgate.

Todos temos muito a aprender com estas atitudes.

É muito fácil apontar o dedo e responsabilidades em situações de stress.

O mais difícil é, dar a cada coisa e a cada profissional o seu tempo.

Certamente que responsabilidades terão que ser tiradas em tudo o que aconteceu. Mas aquele não era o tempo.

Certamente que aqueles pais acharam que cada minuto naquela gruta seria um minuto a mais do que os seus filhos mereciam estar. Mas confiaram em quem sabia.

No final, as treze pessoas foram resgatadas tornando esta operação um sucesso quase total pois ainda assim houve uma morte a lamentar.

Talvez a simplicidade e a mentalidade pacifista do povo tailandês tenham ajudado neste respeito mútuo entre todas as partes envolvidas.

Não deveríamos nós também resgatar algumas destas atitudes?

 

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