15 Novembro 2021      09:03

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Minas de Aparis em Barrancos voltam a ser alvo de prospeção após 46 anos

As minas de Aparis, em Barrancos, que fecharam em 1975, voltarão a ser alvo de prospeção pela portuguesa Indice Crucial, que garantiu uma licença para a prospeção e pesquisa na área durante cinco anos.

De acordo com o Observador, esta licença tem ainda possibilidade de prorrogação, para provar se existe potencial remanescente na mina, que chegou a ter todo um bairro para os mineiros e uma escola, onde terão morado cerca de 500 pessoas.

Note-se ainda que a canadiana Goldplay chegou a acordo em junho deste ano para adquirir gradualmente os direitos sobre a Indice Crucial, podendo ficar com a totalidade desta companhia.

Assim, a Indice Crucial garantiu em 2020 o direito de prospeção e pesquisa da mina Aparis por cinco anos, tendo agora arrancado os trabalhos no terreno, explicou ao Observador o gerente da operadora Goldplay, José Mário Castelo-Branco.

Em declarações ao jornal, o responsável afirma que “neste momento com a nova gerência arrancou a campanha de sondagens”, acrescentando que estarão a ser procurados minérios de cobre, e subsidiariamente de prata. Mas será o cobre o principal elemento no subsolo desta área, perto de Barrancos, podendo analisar uma área de cerca de 73 quilómetros. Será, assim, avaliado o potencial do remanescente da antiga mina.

As sondagens começaram agora, passando-se depois para o estudo, amostragem, esperando-se os primeiros resultados em cerca de mês e meio. Só mais tarde no processo é que a empresa vai aferir se existe potencial para fazer o pedido para a concessão de exploração.

Recorde-se que o cobre é hoje uma das matérias-primas com maior valorização nos dois últimos anos. Neste momento a libra de cobre vale 4,40 dólares, quando, em 1975, valia 0,55 dólares (valor não deflacionado).

As minas de Aparis foram descobertas no século XIX e, depois de passarem por capitais britânicos, chegaram às mãos públicas, tornando-se num ícone mineiro precisamente por serem das poucas integralmente exploradas pelo Estado. Em 1975 foram retirados os últimos minérios de cobre.

 

Fotografia de pt.wikiloc.com