Teremos ideia das dificuldades, lutas e desafios que todos os dias ultrapassam para chegar a quem precisa? Que olhar temos sobre as mesmas enquanto não necessitamos destas, e que olhar passamos a ter quando necessitamos?
Enquanto estruturas fundamentais numa comunidade, as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), nem sempre têm o destaque que lhes é merecido.
Falo de um tema que me toca pessoalmente, pela participação nos órgãos sociais de uma instituição a tentar renascer às mãos de um grupo de gente empenhada com paixão pela causa que abraçaram, e pela ligação afetiva a uma valência concreta (Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão) de uma outra IPSS.
As IPSS são estruturas cujo termo remonta ao artigo nº 63 da Constituição Portuguesa de 1976, e são elementos do Estado Social, com origem na comunidade e que surgiram de forma a ajudar cidadãos em situação de vulnerabilidade social, promovendo o desenvolvimento e a coesão social.
Através de uma relação de proximidade à população e de cooperação com o Estado, as IPSS procuram dar resposta a situações de emergência social e apoiar os cidadãos mais vulneráveis nas áreas social, educação e saúde, numa ação transversal a toda a sociedade.
No meu concelho, em Reguengos de Monsaraz, são várias as entidades a quem cabe levar avante esta missão.
Não tenho dúvida que do ponto de vista da coesão social, no nosso concelho e noutros, é nestas entidades que reside a força fulcral da mesma, permitindo a centenas de famílias terem as suas necessidades acolhidas nos vários domínios da sua intervenção: apoio a crianças e jovens, apoio à família, apoio à velhice, proteção e promoção da saúde, apoio à integração social e comunitária, apoio às pessoas com deficiência e incapacidade, e até na preservação de tradições locais, entre outros.
Estas organizações de economia social, são na sua maioria o único refúgio para quem, por diversas razões, precisa da sua ajuda, e é na responsabilidade social de cada uma que se encontra o pilar fundamental da sua intervenção.
Além da sua atuação no setor social e solidário, a importância destas instituições é relevante também na criação de emprego, sendo uma base de dinamização das economias locais, assegurando emprego a várias famílias.
É na proximidade às populações e nos laços sociais que se estabelecem, que muitos cidadãos encontram nas IPSS o seu porto de abrigo em situações de vida difíceis, num processo que favorece um sentimento de confiança, segurança e de pertença à comunidade. São as IPSS que no dia a dia, no terreno, se dão conta das reais necessidades daqueles a quem prestam os seus cuidados e serviços, sendo elas que manifestamente contribuem para uma sociedade mais inclusiva, desenvolvida e equitativa.
Fica uma homenagem a todas e todos, os que as vivem e lhe dão vida!
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