25 Agosto 2023      10:38

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Grândola vai ter 41 alojamentos para receber 200 migrantes

A Fundação Padre Américo vai construir 41 alojamentos no concelho de Grândola, instalações que deverão estar prontas no final de 2025 e que vão receber duas centenas de pessoas migrantes.

Segundo a agência Lusa, o contrato de financiamento que permitirá a construção do Centro de Acolhimento para Refugiados Nuno Álvares Pereira, situado em Azinheira dos Barros, foi ontem assinado com a Fundação e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), numa cerimónia que contou com a presença da secretária de Estado da Habitação, Fernanda Rodrigues.

Pedro Ruas, gestor do contrato para a construção do novo centro, sublinhou a importância de assegurar um acompanhamento “mais profissional” da comunidade estrangeira no Alentejo e destacou que o novo centro terá equipas “altamente especializadas em acolhimento de refugiados”.

Contudo, o centro não limitará a resposta a pessoas refugiadas, respondendo a “uma necessidade” local mais abrangente, que inclui as pessoas que têm chegado ao Alentejo buscando melhores condições de vida.

O equipamento, orçado em 5,4 milhões de euros, 4,5 dos quais financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os restantes por fundos próprios da Fundação, incluirá 41 alojamentos, muitos dos quais com capacidade para três e quatro pessoas cada, podendo acolher, no total, duas centenas de pessoas.

De acordo com o gestor, será aberto o concurso para a empreitada, em setembro, esperando-se que a obra comece antes do final do ano e esteja concluída em final de 2025.

Simultaneamente, a Fundação tem já em construção cinco “habitações de autonomização”, com capacidade para acolher cinco agregados familiares, que espera poder abrir ainda em 2024.

Estas casas destinam-se a migrantes que estejam numa fase posterior, com domínio da língua, integração no mercado de trabalho e filhos na escola.

A Fundação desenhou “um circuito completo” para acompanhar os migrantes e refugiados “desde o momento em que chegam até ao momento em que estão completamente integrados”, explica o responsável.

“Não havendo resposta de habitação na comunidade”, a Fundação mobilizará os 41 alojamentos e as cinco casas de autonomização até ser encontrada uma “resposta definitiva”.

Mas, antes disso, a Fundação vai começar a receber as primeiras famílias de refugiados, acolhendo-as em casas alugadas, que adaptou para o efeito.

Até final do ano, estima-se que receberá “entre 15 a 20” pessoas refugiadas, indica Pedro Ruas.

A Fundação quer “ajudar à integração” das comunidades migrantes no Alentejo, que tem “uma carência de mão-de-obra brutal, em todas as áreas”, e é um território envelhecido, com escolas a fechar e aldeias a desertificar.

“A chegada da comunidade estrangeira está a transformar todo este território”, observa Pedro Ruas.

 

Fotografia de care.org