30 Setembro 2021      08:31

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Edifício Nest será o primeiro do megacentro de dados a instalar em Sines

Sines vai acolher o ambicioso projeto da start campus, um megacentro de dados que conta com um investimento total de 3,5 mil milhões de euros e que pretende criar 1 200 pontos de trabalho diretos altamente qualificados e até 8 000 empregos de forma indireta até 2025, ano em que se espera a sua inauguração.

De acordo com a Casa dos Bits, a empresa é detida pela americana Davidson Kempner Capital Management e a britânica Pioneer Point Partners. O megacentro de dados terá diferentes fases, sendo a primeira o edifício Nest, que se espera começar a operar no primeiro trimestre de 2023, representando um investimento entre os 100 e 110 milhões de euros, avança o Jornal de Negócios.

É ainda referido que a limpeza do terreno e os primeiros alicerces serão colocados ainda durante 2021. O jornal avança também que, inicialmente, previa-se a criação de cinco edifícios com capacidade de fornecimento de 450 MW de energia aos servidores, mas agora prevê-se que sejam nove: oito edifícios mais o Nest, que vai funcionar como projeto-piloto, por ser o mais pequeno do campus, contendo apenas um piso e uma capacidade de 15 MW. Os restantes edifícios terão quatro pisos, com uma capacidade de 495 MW, ainda que mais pequenos que inicialmente estava previsto.

Em declarações ao Jornal de Negócios, Afonso Salema, diretor de gestão da start campus, disse que a mudança permitiu um reforço das valências ambientais do terreno, tendo como objetivo uma integração mais suave com o parque natural, de forma a que o complexo não tenha um aspeto industrial.

O reforço da densidade energética dos edifícios procurou responder às necessidades dos seus clientes futuros, onde se incluem a Amazon, a Netflix e a Google. Ao mesmo tempo, a mudança dos planos permite acelerar o prazo de entrega do projeto e tornar Sines mais competitiva na oferta a nível europeu.

O responsável acredita que Sines 4.0 será um produto único e atrair clientes entre a grande competição de oferta de grandes centros de dados na Europa. Assim, o Nest será uma espécie de chamariz, uma “demonstração” do potencial do investimento em Sines, enquanto o resto do empreendimento empresarial continua a ser construído. O campus vai ser um dos maiores criadores de valor acrescentado bruto do país, “se não o maior”, acrescenta Afonso Salema.

O centro Sines 4.0 terá 60 hectares, com a garantia do parque sul do terreno ser integrado na paisagem natural do parque da Costa Vicentina. O empreendimento terá espaços sociais exclusivos aos trabalhadores, visto que todo o perímetro de segurança será apertado.

O centro será igualmente “blindado” a ataques cibernéticos, por isso vão ser contratados engenheiros altamente especializados. A área da cibersegurança será também fornecida pela start campus, mas os clientes podem optar por utilizar as suas soluções de segurança e especialistas. É referido que a empresa vai aproveitar a localização geográfica estratégica de Sines para vender o seu centro de dados tanto ao Sul da Europa, como África, América Latina e até Médio Oriente.

Quando o Nest estiver pronto, estima-se que sejam empregadas 70 a 100 pessoas, dependendo do número de clientes, considerando que o edifício pode acolher seis empresas. Contudo, não está descartado que uma única empresa contrate o edifício por completo, ou mesmo todo o empreendimento quando estiver concluído, ao comparar com o centro de dados que a Amazon está a construir em Espanha de 350 MW.

 

Fotografia de tek.sapo.pt