Chama-se Vânia Beliz, é licenciada em psicologia clínica, Mestre em Sexologia, autora, apresentadora da rubrica Final Feliz, no programa Curto Circuito da SIC Radical, escreveu para o Público online, para a sábado e para a Playboy PT.
Estudou em Lisboa, deu consultas de especialidade em Vilamoura e há 3 anos decidiu mudar-se para Beja, para o centro histórico, para lançar o projecto Praça.
Diz estar apaixonada pela cidade até porque, refere, toda a sua família é alentejana.
Tribuna Alentejo: Da psicologia e sexologia para a Praça, em Beja. Como é que aconteceu?
Vânia Beliz: Eu sou psicóloga e fiz uma especialidade em sexologia. O projeto do nosso atelier surgiu para "empoderar" as mulheres, valorizando a sua auto-estima através dos lavores, que sempre fizeram parte do universo feminino, daí a constituição das nossas classes de costura.
Com duas salas disponíveis, a Praça abre-se a muitas iniciativas e nem todas de dedal e agulha. A próxima, por exemplo, é uma sessão de esclarecimento para os educadores na área do abuso sexual infantil com a presença de dois especialistas que chegam no fim do mês, vindos do Brasil.
Tribuna Alentejo: E o que é isto da Praça?
Vânia Beliz: Praça é um espaço de criação e formação no centro histórico da cidade de Beja, composto por dois ambientes distintos com ofertas diversificadas. A Praça não é uma loja, pelo que não funcionamos de porta aberta para a rua.
Um dos espaços aposta no revivalismo, promovendo o ensino e prática de projetos na área dos lavores, recuperando algumas técnicas na área da costura, tricot, croché, bordados, entre outros.
As aulas e oficinas estão previstas para vários horários, essencialmente pós-laborais e de fim-de-semana (existe muito pouca oferta na cidade), já que queremos que esta seja uma oportunidade para reavivar alguns conhecimentos antigos conferindo-lhes um toque de modernidade.
Nesta área contamos com alguns serviços exclusivos, como o ensino da costura, a sua supervisão para quem já pratica mas não domina e precisa de acompanhamento nos próprios projetos, e um serviço de modista para criança, onde poderão ser realizadas peças exclusivas. Teremos também oficinas de tricot e os bordados.
A outra divisão da Praça tem como objetivo dinamizar a área de ação de uma das responsáveis pelo projeto, através de tertúlias na área da intimidade e sexualidade. Com algumas parcerias, pretende-se criar uma oferta única no país para casais e grupos que inclui o contacto com a gastronomia, a hospitalidade e a quebra de rotina na intimidade. Depois de um jantar agradável, a Praça dinamizará workshops que, de forma descontraída, prometem fazer diferença na intimidade dos participantes.
Tribuna Alentejo: Há quanto tempo está a desenvolver o projecto e como avalia os resultados obtidos até agora?
Vânia Beliz: Começámos no fim de Setembro. É um orgulho ver pessoas que nunca tinham usado uma agulha confeccionar neste momento a roupa dos filhos. Temos alunas connosco desde o início, quando tudo começou. Vamos conhecendo as necessidades e estruturando a nossa oferta de acordo com o que gostariam de ver na Praça.
Tribuna Alentejo: Praça é a Vânia ou é a Vânia e uma equipa?
Vânia Beliz: Eu coordeno o projeto, depois temos três professoras que ajudam as alunas a conseguirem concretizar os projetos que mais desejam, daí o o nosso método ser livre. Cada um faz o que mais gosta, sempre com o apoio da equipa.
Tribuna Alentejo: Como espaço criativo, com localização específica, de que forma entende estar a contribuir para a animação do centro da cidade? E para a fixação de outros criativos?
Vânia Beliz: É urgente fixar as pessoas na cidade e convida-los a ficar, por exemplo quando aos fins-de-semana se dá uma quebra na população residente. E estamos sempre abertos a convites e desafios.
Tribuna Alentejo: Porque motivo considera que vale a pena insistir numa região que vive os problemas de desertificação e da falta de emprego? E que mensagem gostaria de deixar aos que ponderam abandonar a sua terra por não encontrarem nela oportunidades?
Vânia Beliz: É importante não desistir da mesma forma que é importante que as pessoas reflitam sobre o negócio que pretendem lançar. É preciso dedicação e acompanhar todos os projetos com o coração.
O Alentejo tem tanto potencial e foi a pensar nisso que criei a Sala 2. Gostava que os casais viessem até à cidade para aproveitar a fantástica hospitalidade, gastronomia, paisagens mas que pudessem também melhorar a sua relação.
O projeto da Praça, Cherry on Top é essa porta que tantas vezes precisamos de abrir. Um momento de aconselhamento em sexologia que reconheço que muitas pessoas têm necessidade.
A Praça situa-se no centro da cidade de Beja, na zona histórica e privilegiada da cidade e a sua decoração revela o gosto dos proprietários pelo revivalismo onde poderão ser apreciadas peças antigas agora recuperadas. Na sala reservada às tertúlias podem ser apreciadas algumas ilustrações de pin-ups, convidando de forma imediata a um ambiente de boa disposição e bem-estar.
A Praça é um espaço intimista, disponível a todos os interessados, mediante marcação.
Rua Dr. Afonso Costa, numero 1.