22 Março 2015      15:44

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Churchill, o líder excêntrico

Winston Churchill
Winston Churchill

No passado mês de janeiro, cumpriram-se 50 anos da morte de uma das mais marcantes figuras do século XX, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill.

Pela sua personalidade e modo de estar, Churchill é uma figura com inúmeras histórias relacionadas, embora nem todas confirmadas.

A imagem imortal de Winston Churchill, hoje, é indissociável do chapéu de coco, do charuto e da bengala. Não será de estranhar, uma vez que os três acompanharam Churchill em grande parte da sua vida, contudo, há mais hábitos constantes na vida do ex-Primeiro-Ministro britânico, embora não se tornassem tão famosos. Um deles, era a obsessão de Winston, em plena Guerra Mundial, em beber um whisky logo que acordava; outro, era o gosto que tinha em trabalhar a partir da cama.

Mas, segundo Manuel Villatoro, em artigo do jornal espanhol ABC, foram também vários os episódios, mais esporádicos, embora igualmente curiosos, alguns até relacionados com OVNIS, e que Churchill terá ordenado confidencialidade.

Outras partes da vida do homem que é considerado um dos maiores estadistas mundiais, caiu no esquecimento. No em que se celebraram os 50 anos da sua morte, 24 de janeiro, o governo britânico prestou-lhe todo o tipo de atos solenes em sua honra, elevando o prestígio e imagem de um homem que foi a face da luta contra o nazismo.

Um homem que, somente com a sua capacidade oratória, conseguiu incutir valor a um país destroçado que, dia após dia e noite após noite, sofria os bombardeamentos da “Luftwaffe“, a Força Aérea Alemã, comandada por Hitler.

Sendo descendente da mulher que inventou o “Manhattan”, o famoso cocktail à base de wisky, vermute doce e “bitters” (ervas aromáticas), Winston Leonard Spencer Churchill, filho de um Lord britânica de muitos títulos e posses e de Jennie Jerome, de ascendência índia, nasceu a  30 de novembro de 1874, no enorme palácio inglês de Blenheim. Ainda assim, e apesar de ser filho de um Lord, foi a invenção de sua mãe que o tornou famoso desde cedo.

Conta o escritor argentino Pepe Muleiro, no seu livro “Piadas e curiosidades para toda a família”, que Winston nascera, inesperadamente, durante um baile, não sendo de estranhar a sua predisposição e atração pela bebida.

Com o passar dos anos, e essencialmente desde que deu os primeiros passos, quer os pais, quer os criados, começaram a ter uma grande dor de cabeça, pois o pequeno Winston era uma criança rebelde, irrequieta e amalucada.

“Viam-se gregos para o controlar. Até contrataram uma perceptora mais severa, Miss Hutchinson, que tentou familiarizá-lo com as letras e os livros. (…) Às vezes fugia das aulas e escondia-se entre as árvores do jardim. Era teimoso até na violência. Os criados tinham medo dele. Mostrava laivos de uma criança malcriada.” Refere o historiador José-Vidal Pelaz López no seu livro “Breve história de Winston Churchill”.

Depois de crescer esteve regime de internato em várias escolas onde, e contra a imagem que hoje se guarda dele, mostrou ser um autêntico baldas em tudo o que não o interessava. NA época, e de acordo com os professores, o problema não era o facto de não ser inteligente, era não querer nem gostar de estudar. Esta atitude provocou com que o pai de Winston o enviasse para uma academia militar, local onde Churchill se aplicou e onde viria a descobrir a sua vocação.

Em 1895, finalmente, conseguiu entrar para o 4º Regimento de Infantaria de Aldershort, onde se destacou dos seus companheiros pela sua capacidade em montar a cavalo e pela sua magreza.

Em simultâneo aos seus feitos devido às suas capacidades e habilidades, o nome Winston Churchill começava também a ser conhecido por ser um língua de trapo, falava demais, uma característica que o víria a acompanhar ao longo da vida.

Foi numa tarde normal, quando Winston tinha cerca de 21 anos, que conquistou uns olhares de desagrado dos seus superiores quando disse: ”O exército britânico não disparou um único tiro sobre um soldado branco desde a Guerra da Crimeia, há 40 anos, e eu preciso de uma guerra.”

Naqueles tempos Winston sentia-se aborrecido de tal modo que chegou a fazer as malas e ir combater para Cuba, onde a Espanha liderava uma guerra sangrenta para impor a sua soberania. A meio da guerra, Churchill integrou-se no exército espanhol com repórter, mas não fiquei isento de utilizar o sabre e a pistola por diversas vezes. Antes de partir para Cuba, um amigo ter-lhe-á dito que não fosse, que iria pôr em risco a sua vida e Churchill respondeu-lhe: “É, sem dúvida, um risco, mas o que é a vida sem risco?”

Em 1896, foi para o nordeste da Índia, onde a Inglaterra combatia as revoltas locais. Foi lá que se transformou num herói para os britânicos ao conseguir, entre outros feitos, defender uma posição importante com sabres e contra centenas de inimigos. Como viria a afirmar mais tarde, o seu caracter altivo fazia-o disfrutar ao passear-se, no seu cavalo, pelo meio dos soldados que combatiam: “Isso era uma estupidez, provavelmente, mas sempre apostei forte e, quando o público merece a pena, não há ato demasiado audaz nem demasiado nobre.”

Mas não foram as lutas na Índia que o viriam a tornar famoso, nem as suas habilidades como pintor, escritor, pedreiro ou aviador. O mundo teve que esperar até à segunda metade do séc. XX para ver Churchill ganhar um lugar na História.

Pouco depois de Hitler conquistar a polónia, Churchill era nomeado Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha.

Apesar do país já ser, na altura, atacado por bombardeamentos alemães, ao PM não lhe faltava humor e solenidade, o que demonstrava aos círculos mais próximos. Um dia, quando ainda só a Grã-Bretanha (URSS e EUA só viriam a entrar na guerra mais tarde) combatia a Alemanha, o já mais pesado Churchill, sentou-se em frente aos seus ministros e disse: “Senhores: estamos sozinhos. Pela minha parte, acho esta situação estimulante.”

Anos mais tarde viria a proferir uma outra frase polémica, após o ataque japonês a Pearl Harbor, no dia 7 de dezembro de 1941, Churchill disse: “De modo que, depois de tudo, ganhámos.” – seguro de que, com o ataque japonês, os EUA viriam a entrar na guerra. Esta frase infeliz levou a proferir outras que são duas das suas frases mais famosas: “Sou otimista, não me parece muito útil ser outra coisa.” E “A política é quase tão emocionante como a guerra e não menos perigosa. Na primeira podem matar-te uma vez, na segunda muitas vezes.”

Uma das facetas mais conhecidas do também Prémio Nobel da Literatura de 1953, era a sua obsessão pelo álcool. Não se sabe ao certo se a Segunda Guerra aumentou a sua vontade de beber ou não, mas será correto dizer nessa época foi quando o hábito de beber passou a ser conhecido, especialmente o facto de beber um copo de whisky logo assim que acordava. “Bebia um copo de “Jhonnie Walker Black Label” logo que acordava, ainda que misturado com muita água, cocktail ao qual a sua filha chamava de “Papa cocktail” – diz o historiador Jesús Hernandez no seu livro “Histórias Assombrosas da Segunda Guerra Mundial”

Ainda de acordo com este especialista espanhol, este hábito terá sido adquirido no sanos em servia a coroa britânica como militar, uma vez que quer na Índia, quer na África do Sul era necessário misturar álcool na água como meio de purificação. Mesmo assim, e antes de se deitar, Churchill bebia um quarto de uma garrafa de whisky, e desta vez sem água. Mas o não era só o whisky a sua bebida predileta, pois era bem capaz de beber uma garrafa de champanhe às refeições e conhaque até adormecer.

O que também não era raro era que Churchill trabalhasse a partir da cama, pois adorava ficar deitado toda a manhã. Era lá que tomava o pequeno-almoço, que lia os telegramas, ditava memorandos e até recebia algumas visitas. O seu criado pessoal ajudava-o a tomar banho e a vestir-se. Tinha um almoço substancial, regado a champanhe e brandy e continuava a tarde com reuniões, seguidas de uma sesta de hora e meia. Acordava para o típico “five o’clock tea”, bebia um whisky, e continuava o seu trabalho, segundo Pelaz López.

Outro episódio engraçado com Churchill descobriu-se, há um par de anos, quando o governo britânico revelou alguns relatórios em que informavam que Churchill havia classificado como confidenciais alguns documentos que faziam referência ao avistamento de OVNIS por aviões da “Royal Air Force”, durante a Segunda Guerra Mundial. Churchill terá partilhado esta notícia com o homólogo americano, Eisenhower, e ambos concordaram em ocultar os acontecimentos para não alarmar a população. Foi assim que os factos foram contados por dos guarda-costas de Churchill, que diz que ouviu perfeitamente a conversa entre ambos: “Não havia uma data concreta. Falou-se de princípios dos anos 40 e que foi ao largo da costa inglesa ou mesmo em território inglês.” A tripulação da Força Aérea Britânica só detetou o aparelho quando já estava muito próxima dele. O OVNI era metálico mas não souberam precisar a forma. Este objeto voou em paralelo com o avião da RAF por momentos, quando um dos tripulantes conseguiu tirar fotos, depois desapareceu sem deixar rasto, de acordo com a plataforma «Naukas» (VV.AA.) no seu livro «Grandes enigmas da ciência: as curiosidades mais surpreendentes do nosso mundo».

Não se consegue confirmar se a conversa existiu mesmo, certo é que fecha este artigo sobre a vida de Churchill, cheia de heroísmo, histórias e curiosidades, com chave de ouro.

 

 

Pesquisa, tradução e adaptação por Luís Carapinha

Fonte: http://www.abc.es/cultura/20150124/abci-winston-churchill-muerte-whisky-201501231300.html