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Opinião

CABEÇA DE ALHO CHOCHO

Nem mais. Cabeça de alho chocho. Sem rodeios. Cabeça. Alho. Chocho. Nem mais nem menos. Confesso que nunca percebi muito bem a origem da expressão nem porque se poderia chamar a alguém cabeça de alho chocho. Mas existia. E era, de facto, uma cabeça de alho chocho. Ora, depois de uma extensa pesquisa, destinada a escrever este artigo, descobri, eu próprio, narrador, através de uma coisa chamada Google que não me ajudou em nada, nada. Isto para dizer que não descobri a origem. Se alguém souber, pois muito agradeço que aqui deixem o testemunho.

O SONHO... DE UMA CIDADE EDUCADORA!

“...que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar.”

José Saramago

A PRECARIEDADE NÃO É UMA OPÇÃO

Há umas semanas atrás, o Expresso publicava uma notícia sobre a tendência da geração mais jovem optar por casas mais pequenas e com o menor número possível de despesas inerentes às mesmas.

Apresentava esta tendência como uma opção de vida, aliado a um suposto estilo mais desapegado dos bens materiais.

Seria sem dúvida um artigo interessante...se correspondesse à realidade da geração mais jovem que começa agora a sua carreira e a sua luta por uma vida independente com as tais mínimas condições.

O CACHIMBO DA PAZ

Andavam todos contentes. Mais contentes do que os dias anteriores em que também tinham andado contentes. Era uma alegria, a felicidade, uma coisa tão grande vista do céu. Era isso, o regozijo das pessoas que estavam contentes e uma nuvem de fumo. Ora, era precisamente essa nuvem de fumo que se chamava assim pela junção das duas componentes da designação. Andavam todos contentes. Saltando e cantando. Mais contentes do que na semana anterior, porque nessa semana não tinham andado aos saltos e nem tinham cantado.

GLOSSÁRIO DOS TEMPOS MODERNOS

Com a “Silly Season” de 2017 a terminar, deixo este pequeno glossário dos tempos modernos.

COLABORADOR: Peça de engrenagem produzida em série usada em máquinas de produção de riqueza. Normalmente, estas peças de engrenagem são descartadas antes do prazo de validade e têm como destino final o desemprego. O mesmo que funcionário ou trabalhador, no sentido figurado o mesmo do que pobre.

ESCADA ROLANTE

A luta começou voraz. Os dois homens agrediam-se mútua e violentamente, no fundo de uma escada. À volta deles, uma multidão de curiosos que sempre se agrega a qualquer confusão ou acidente pela mera curiosidade de ver o sucedido, acicatar os ânimos ou esperar o desfecho de uma cena que mais parecia retirada de um filme de ação. Ninguém sabia dizer se os homens se conheciam ou o motivo do início da violência. Ninguém tinha presente o exato momento em que começara.

DA SECA VIVIDA, À "SECA" CONSENTIDA

Com a seca dentro de casa, tudo tem outra cor, outro ritmo; o amarelo rege e as oliveiras consentem um maior calmeiro.

Existe coisas para as quais não consigo encontrar explicações. Chego a pensar que todas estas contemplações, toda a dialética dos acontecimentos, contribuem, só por si, para o vingar de anulações consentidas, de ignorâncias perpetuadas.

Estando de férias tentei ver televisão durante as horas em que habitualmente estou a trabalhar.

Mal ligo o aparelho irrompem do ecrã leviandades, aproveitamentos consentidos, o culto do ridículo.

MENOS AMEAÇAS E MAIS FUNDAMENTOS

Por diversas vezes, nos tempos de Faculdade, parei por instantes a observar as imagens de Alexandrino de Sousa e de Ribeiro dos Santos (dois estudantes de Direito assassinados pela PIDE) que se encontram no átrio da Faculdade de Direito de Lisboa.

Nessas alturas pensava sempre em tudo o que a luta deles representou e representa ainda hoje. A luta pela liberdade de direitos e de expressão.

A GALINHA

Falemos de animais. Oh, que chatice, esta semana outra vez, dizia alguém que estava mais afastado, a ler ao longe o texto que o outro estava a começar a escrever. Todavia, a história começava. E começava assim. Estavam cinco pessoas naquela sala onde se iria desenrolar o vil caso… Por isso mesmo, avisa-se já o estimado leitor que se trata de um aterrador acontecimento, possivelmente gráfico, suscetível de causar trauma. Se assim, for, como se faz nos anúncios, filmes, tudo, aqui fica o disclaimer (isenção de responsabilidade da nossa parte). Tirando o introito, aqui vai.

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