Muito mais do que um sentimento, a humildade é uma forma de ser. A caraterística que permite a cada pessoa reconhecer as suas próprias limitações e manter o gosto e o desejo de continuar a aprender e a evoluir no seu conhecimento e capacidade.
Ser humilde não significa que a pessoa seja submissa ou permissiva em excesso, a dose certa e genuína de humildade permite que exista um conhecimento profundo e realista do nosso valor e ao mesmo tempo, fornece a autoconfiança e determinação que são imprescindíveis aos grandes desafios da vida. Já li apelidarem a humildade de virtude dos sábios, mas prefiro considera-la como a caraterística que nos permite controlar o ego, não nos considerarmos a “ultima bolacha do pacote” e reconhecermos que os outros possuem as suas dinâmicas próprias, a sua importância e o seu mérito.
No desempenho de funções na esfera pública ou de liderança e gestão em organizações, onde as nossas ações interferem com as outras pessoas e as dinâmicas coletivas, a importância da humildade ganha várias dimensões e em primeiro lugar pelo simples facto de ser a nossa melhor proteção individual, uma vez que face à exigência dos tempos atuais, só a humildade pode permitir a um decisor publico sair ileso no desempenho das suas funções.
O cardeal Dom José Tolentino Mendonça, escreveu em 2018 numa crónica por si assinada no jornal Expresso, que em vez de desejar para quem se gosta, como os filhos, que sejam felizes, «cabe-nos estimular os que amamos à corajosa aceitação da vida, no que ela tem de plenitude, mas também de vazio e até de deceção».
A humildade é um tipo de sentimento, que não se consegue fingir ou dissimular. Acaba por vir sempre ao de cima o nível, em que esta caraterística nos preenche.
SIGA-NOS NO FACEBOOK
