Chegado o final de janeiro, vou fazer o meu orçamento familiar para fevereiro. Deixa aqui preencher os meus pressupostos do Excel:
- Descontos para a Segurança Social: vão passar de 11% para 5%
- Retenção na fonte do IRS: vai descer para 6%
- O combustível vai baixar para os 0,80€, devido à redução do imposto
- O salário vai aumentar 10%
- O sr. Belmiro vai-me fazer um desconto de 50% sobre todas as compras (e não preciso usar o cartão Universo)
- O meu banco vai reduzir o spread do meu crédito à habitação
- Vai-me sair o Totoloto
- Como a minha Sara esteve doente, vou ter uma redução na mensalidade da creche
- O Rui vai ser contratado para jogar no Benfica
- A Ana vai ser modelo fotográfica de uma milionária campanha publicitária
Ainda por cima fevereiro tem menos dias que os outros meses (apesar de este ano ser bissexto)… Feitas as contas, no final do mês vou ter um saldo positivo de 200 milhões de euros. Já posso ir aos saldos… acho que consigo trazer o Montepio…
Atualmente Portugal é isto… um orçamento construído sob pressupostos irrealistas (para não lhes chamar falsos, que pode ser mal-entendido) e onde os saldos se estendem ao sistema financeiro (quando estávamos habituados a que os saldos fossem apenas nas lojas de roupa e de calçado).
De resto, para um orçamento passar basta mudar alguns pressupostos e valores (até os meus alunos de Empreendedorismo sabem isso). Afinal de contas, dos dez pressupostos que considero, apenas o oitavo é verdadeiro. Ainda que gostasse que os dois últimos também fossem verdade…
Imagem daqui
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