Com o auxílio de um pincel, ao som de algo sereno criando uma antítese com os batimentos acelerados que saltam do meu peito, misturo cores numa tela; criando uma sensação de refúgio que me permite sonhar acordada.
Fecho os olhos. Segundos, transformam-se em minutos, e volto a abrir, a combinação produzida pelo meu subconsciente, faz-me suspirar: verde, castanho e um azul na borda.
Os cantos da minha boca inclinam-se sem querer e solto outro suspiro involuntário.
Memórias acordadas, mas vividas.
Uma muralha que cai aos bocadinhos. Bocadinhos derramados, vertidos pelo chão que sangra. Abundantemente. O luto acabou.
Um alívio dize-lo em voz alta.
O meu sorriso já formado, embora com timidez, implora às minhas costas a recordação de um respirar acolhedor contra as mesmas. Como nascidas para receber esse tipo de amor.
Os (meus) braços clamam.
As (minhas) mãos choram.
Mas ele sabe. O meu coração (também) sabe.
Agarro então no quadro, como se de um recém-nascido se tratasse. Sem perceber, cai uma.
Duas.
E diria três, talvez.
Estou em casa.
E um bom filho, a casa torna.