15 Janeiro 2016      18:11

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ALENTEJO. QUE PROGRIDA SEM PERDER A IDENTIDADE

Chama-se Cláudia Larguinho, tem 33 anos e é natural de Beja, a partir de onde produz acessórios feitos à mão com botões, peças que se reúnem em torno de uma única marca: Cloudette. Pregadeiras, anéis, pulseiras, brincos e colares/golas: de tudo um pouco encontramos na sua página do Facebook, em https://www.facebook.com/cloudette2015/timeline

 

Tribuna Alentejo – A Cláudia nasceu e reside em Beja. Mas sabemos que nem sempre esteve por lá.

Cláudia Larguinho - Já vivi um ano em Évora por questões profissionais, depois mudei-me para Lisboa onde estive a estudar e a trabalhar durante cinco anos. Neste percurso sempre tive o desejo de regressar às minhas origens e em 2013 ... voltei para Beja.

Tribuna Alentejo – A sua ligação com a arte, com o design... é uma relação antiga? Este gosto por criar sempre esteve presente na sua vida?

Cláudia Larguinho – Lembro-me que quando tinha 4 a 5 anos desenhava a roupa para as minhas bonecas e como a minha mãe é "costureirinha" transformava os desenhos em realidade. Na altura queria ser estilista. Depois com o passar do tempo acabei por desistir desse sonho e trabalhei noutras áreas.

 

Tribuna Alentejo – Quando é que os acessórios criados pela Cláudia passaram a ser “Cloudette”? Como nasceu esta ideia?

Cláudia Larguinho - Esta ideia nasceu no ano passado, quando frequentei um curso de costura. Enquanto procurava material em casa encontrei uma caixa de botões lindos que a minha mãe foi reunindo ao longos dos anos, senti que mereciam outra vida e as ideias foram surgindo. O nome foi fácil porque os amigos mais chegados tratam-me por Cloudette.

Tribuna Alentejo – Porquê botões?

Cláudia Larguinho – Porque ainda existe uma variedade de formatos, cores e tamanhos que permitem combinações infindáveis. Há botões que parecem verdadeiras pedras preciosas. Acredito que futuramente, e analisando a tendência para cada vez menos se usarem na roupa, se tornem em peças raras.

 

Tribuna Alentejo – Fale-nos um pouco do processo de criação das peças...

Cláudia Larguinho – Simplesmente caótico à primeira vista, para quem vê a minha mesa de trabalho. Preciso de ver todas as centenas de botões que tenho para poder criar. Depois, é quase como fazer um puzzle ou construir um mundo de legos, são horas a combinar botões para criar uma harmonia estética.

Tribuna Alentejo – Esta é uma atividade a que se dedica a 100% ou encara-a mais com um passatempo?

Cláudia Larguinho – Foi um passatempo durante algum tempo porque trabalhava por conta própria na área da restauração e só conseguia fazer os acessórios ocasionalmente.

Desde setembro, por questões de desemprego, é uma atividade a que me dedico a 100%.

 

Tribuna Alentejo – Como podemos comprar estes acessórios? Online... também vende em lojas... Como funciona?

Cláudia Larguinho - Quando era um passatempo, vendia numa loja de uma amiga e no facebook. Atualmente podem adquirir os acessórios Cloudette ainda através do facebook, feiras locais e regionais e brevemente num site.

 

Tribuna Alentejo – E em feiras? Costuma estar presente?

Cláudia Larguinho –Sim, comecei a ir a feiras regionais recentemente e o feedback tem sido bastante positivo. O próximo passo é ir a feiras nacionais.

 

Tribuna Alentejo – Vem aí um novo ano... Que desejos tem para a Cláudia e para a Cloudette?

Cláudia Larguinho – Desejo que a Cláudia consiga concretizar no novo ano, um projeto há muito idealizado, onde a Cloudette tem um papel fundamental.

 

Tribuna Alentejo – E para o Alentejo?

Cláudia Larguinho - Gostaria que o Alentejo proporcionasse condições para os jovens se fixarem, e que houvesse mais apoios na área das artes. Enfim, que progrida sem perder a sua identidade.