5 Outubro 2023      10:31

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Aeroporto de Beja: PCP defende que relatório vem dar-lhe razão

A Comissão Técnica Independente (CTI) fundada para proceder à avaliação das opções estratégicas para aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa e à coordenação e à realização da avaliação ambiental, deu a conhecer esta semana o seu Relatório da Análise de Curto Prazo.

Em comunicado, a Direção Regional do Alentejo do Partido Comunista Português (PCP) regista as apreciações da CTI sobre a utilização da “Base Aérea de Beja – Aeroporto de Beja” presentes no documento, especialmente “o facto de estas irem de encontro às posições que o PCP há muito defende para esta importante infraestrutura, nomeadamente a sua utilização no transporte de carga aéreo e para voos charter”.

Notando que já havia chamado a atenção por diversas vezes para este facto, o PCP reforça que “a solução para uma utilização e potenciação do Aeroporto de Beja de acordo com as reais necessidades do País e da Região não seria encontrada numa ilusória conceção deste Aeroporto como o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)”, infraestrutura que o partido julga “ser urgente construir e ser localizada nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete”.

Não obstante, o Aeroporto de Beja revela-se importante por “poder ser uma importante infraestrutura de um sistema aeroportuário nacional, funcionando em articulação com os Aeroportos de Lisboa e Faro, vocacionado para transporte aéreo de passageiros de natureza turística e de lazer, ou de atividade económica regional; para o transporte de mercadorias; para a atividade de manutenção de aeronaves; e para servir toda a região Alentejo, parte da Extremadura e Andaluzia espanholas e o Algarve”.

Existe ainda no relatório da CTI uma outra apreciação que vem, segundo o PCP, confirmar o que o partido há muito afirma: a de que o desaproveitamento que se tem verificado do Aeroporto de Beja não está relacionado com as suas características, encaradas como “muito vantajosas” de várias perspetivas. Para o partido, o desaproveitamento do Aeroporto alentejano resulta “da falta de vontade política e de investimento por parte de sucessivos governos em infraestruturas associadas ao seu aproveitamento”, uma vez que existe a necessidade “de uma rede ferroviária e rodoviária” que sirva a infraestrutura e especialmente “os legítimos interesses das populações do Alentejo no desenvolvimento da região, desde logo a modernização, ampliação e eletrificação da linha do Alentejo, a conclusão do IP8 com perfil de autoestrada, livre de portagens, e a conclusão do IP2”.

O partido defende ainda a ideia de que é urgente para a cidade de Beja, para a região do Alentejo e para todo o país, aproveitar todas as capacidades deste Aeroporto. “Este desiderato terá tudo a ganhar e será tão mais possível e rápido quanto se concretize a exigência da devolução da ANA ao Estado para que esta esteja ao serviço do país e do desenvolvimento e não dos lucros da Vinci (que como se vê bem no caso de Beja são contrários às necessidades do país) e também da imediata suspensão do processo de privatização da TAP”, que deve manter-se como uma empresa pública de transporte aéreo para servir o povo e o país, conclui, no mesmo comunicado.

 

Fotografia de postal.pt