30 Julho 2020      11:09

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Porto de Sines é o único porto preparado em termos de eletrificação

O Tribunal de Contas (TdC), ao executar uma auditoria à Qualidade do Ar em Portugal, concluiu que os portos portugueses não estão ainda preparados devidamente para a eletrificação da economia e para desempenharem o seu papel na transição energética, à exceção do Porto de Sines.

De acordo com a auditoria divulgada e citada pela Revista Cargo, o TdC considera que “a preparação dos portos portugueses para a alimentação de eletricidade, a partir da rede de terra, aos navios atracados é insuficiente”. Esta insuficiência tem em conta a grande fonte de poluição atmosférica que são os navios atracados, nomeadamente os de cruzeiro.

O relatório da auditoria refere que, em oito horas de escala no porto, um cruzeiro emite 1,2 toneladas de óxidos de azoto e 30 kg de partículas em suspensão. Em causa está o facto de o Governo não ter ainda publicado a respetiva regulamentação: “apesar de o Decreto-Lei nº 60/2017 estabelecer que as instalações destinadas ao fornecimento de eletricidade ao transporte marítimo devem obedecer a especificações técnicas estabelecidas em despacho do Diretor-geral de Energia e Geologia, ainda não foi publicada essa regulamentação, não tendo a Direcção-Geral de Energia e Geologia desenvolvido qualquer ação nesta matéria”.

No entanto, o Porto de Sines está mais avançado no que diz respeito ao dossier da eletrificação. Além da verificação do cumprimento da legislação relativa aos teores de enxofre dos combustíveis e dos equipamentos para limitação de emissões dos navios, a Administração do Porto de Sines (APS) monitoriza também a qualidade do ar e tem em curso a elaboração de uma avaliação na área de influência da infraestrutura portuária alentejana.

Atualmente está a decorrer a construção de duas linhas elétricas de alta tensão (60kV) no porto, com o objetivo de alimentar a nova subestação, que virá multiplicar por seis a capacidade atual. Já os projetos de Ampliação do Terminal XXI (3.ª fase) e do novo terminal de contentores estipulam desde logo a construção de infraestruturas próprias que permitam a instalação de sistemas de fornecimento elétrico aos navios a partir de terra.