O sol está amarelo. O sol está a queimar-me. O sol está a puxar-me para a felicidade. O sol pretende desenhar um sorriso na minha face que suplica tranquilidade.
Sinto que o sol é meu. Sinto que o sol vive para mim.
O sol de fevereiro abraça-me no abraço mais acolhedor que conhecera desde o fevereiro passado. O sol de fevereiro canta para mim.
Mas, chega de anáforas. A luz que o sol pinta não passa de uma ilusão.
Meu futuro amante, perdoa-me. Não confies no meu coração.
O céu está nu e desenho as minhas desculpas nele.
Diz-me, os teus olhos são verdes, azuis ou castanhos?
- Preciso de ti.
Estou quente. Preciso de água. Cruzo as pernas e os meus olhos estão pequeninos dos raios de sol que persistem em inundá-los. Desenho círculos por cima da minha perna para tentar limpar a minha mente.
- Encontra-me debaixo da luz amarela. – Solto como um sussurro – Diz-me algo que eu não saiba e leva-me a sítios nunca visitados por mim. Seremos capazes de sobreviver à natureza que nos espera?
A minha alma aguarda esperançosamente que, a tua, pinte a minha. Que me preenchas com o azul mais feliz alguma vez conhecera. Que transformes o meu coração em ouro.
Agora, aqui sentada, de dedos cruzados sob o futuro, deixo o sol inundar cada pedaço do meu corpo. À tua espera.