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Cultura

HERMENÊUTICA PARA TOTÓS

Nos meus mais tenros tempos de estudante, fazendo prova de grande ingenuidade, cheguei a perguntar a Urbano Tavares Rodrigues (1) se considerava legítima a minha interpretação do seu romance “Filipa Nesse Dia”. Ao que me respondeu que o texto, uma vez publicado, já não é seu. De facto, significa, parafraseando o autor, que o mais importante é o que nós lá encontramos e o que lá encontramos está lá.

Assim, segundo Urbano Tavares Rodrigues, a intenção do autor pode não corresponder à interpretação do leitor, mas autoriza que o segundo traga à luz do dia, pelo prisma da sua leitura, as obsessões mais profundas e o inconsciente do primeiro.

SEM DINHEIRO

A Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), com realização prevista para Junho de 2015, foi adiada para 2016, devido à falta de financiamento de fundos comunitários, segundo anunciou a própria organização.

Com periodicidade bienal, o evento, que este ano ia para a sua 13.ª edição, é promovido, desde 1987, pelo Centro Dramático de Évora (Cendrev), proprietário dos Bonecos de Santo Aleixo e com sede no centenário Teatro Garcia de Resende, no centro histórico da cidade alentejana.

PORTALEGRE EM FESTA

Os tradicionais touros e Espetáculos musicais, além de lançamento de livros, caminhadas, atividades desportivas, e outros, são as iniciativas previstas para as Festas de Portalegre em que se comemoram os 465 anos da elevação a cidade da capital norte-alentejana.

Ontem, sábado, as festas atingiram o ponto alto, com a sessão solene, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, da elevação a cidade. Nesta cerimónia foram atribuídas oito medalhas de ouro e quatro de prata a 12 personalidades e entidades do concelho.

O MENINO E O CROCODILO

No momento em que, à meia-noite, do dia 20 de maio de 2002, o relógio dava doze badaladas, num campo estendido entre três lagoas, ouviam-se os festejos do nascimento. Nascia um novo dia e nascia um novo país. Nesse momento, Kofi Annan declarava a restauração da independência de Timor-Leste. A Oriente, as lágrimas daqueles que lutaram misturavam-se, nos rostos, com os sorrisos do nascimento e, todos, unidos em torno de um ideal, sorriam e choravam, olhando a bandeira que se elevava no ar.

Recordo-me, e gostaria de contar-vos, a propósito da restauração da independência, de uma breve história, com tonalidades de lenda, que me foi contada pela voz envelhecida e sábia de um lian nain. É a história de Timor-Leste e de um menino, nos seus sonhos de crocodilo, partindo em busca do disco dourado que existe no fim do mar. Encontraram-se, nas Celebes, por acaso. O menino descansava à beira de um rio que deslizava para o mar, enquanto observava as maravilhas que o seu olhar conseguia avistar. O menino pensava e sonhava, olhava o Sol que tinha acabado de nascer e pensava que aquele disco, aquele disco dourado era o seu sonho e que um dia iria alcançá-lo. Todos temos sonhos na nossa vida, pensava. Todos os temos e todos os devemos viver. Ambicionar chegar até eles e alcançá-los é um direito nosso e ninguém tem o direito de nos tirar esses sonhos, pensava o menino que, um dia, seria avô, na sua inocência de criança, guarda em si todos os sonhos do mundo como já dizia Pessoa.

ARTESANATO

Está em S. Pedro do Corval, Reguengos de Monsaraz (Évora) e é considerado o maior centro oleiro de Portugal. Com uma forte tradição oleira, data desde a ocupação árabe, atualmente conta com 22 olarias em atividade, que seguem a tradição alentejana.

É lá, em S. Pedro do Corval, que decorre, a partir de hoje e até domingo, a 21ª Festa Ibérica da Olaria e do Barro.

XII ENCONTRO DE CULTURAS

A Cultura é feita de diálogos, transmissões e partilhas. Uma ótima oportunidade de comprovar isso é a 12ª Edição do festival “Encontro de Culturas”, em Serpa no distrito de Beja. Uma festa a decorrer de 05 a 10 de junho, onde, “os principais espetáculos terão uma ligação direta ao cante alentejano, aos cantadores e ao Alentejo”, segundo o Presidente da Câmara de Serpa, Tomé Pires, em declarações à Lusa.

ALENTEJO

Disse Mark Twain que “Nozes eram muito boas até que descobriram o pão.”

Quase que se pode dizer que desde que há Homem há pão; bom, de um modo mais correto, desde que o Homem descobriu os cereais.

E em todo o mundo, poucos como o povo alentejano lhe dão tanta importância.

Mas voltemos atrás, o pão - em conjunto com o óleo, o azeite e o vinho – foi dos primeiros alimentos processados na História da Humanidade.

Os primeiros pães terão sido feitos – aproximadamente à 6000 anos, na antiga Mesopotâmia (que corresponderá sensivelmente à região que é hoje o Iraque) à base de trigo, mas a sua confeção foi variando consoante o cereal mais abundante ou existente na área geográfica de cada povo.

JORGE ARAÚJO HOMENAGEADO

Jorge Araújo, 74 anos, ex- Reitor da Universidade de Évora por três vezes e durante 12 anos, condecorado recentemente por Cavaco Silva com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, foi agora homenageado pela sua Universidade, que atribuiu o seu nome à Biblioteca do Colégio dos Leões, numa cerimónia do dia da Escola das Artes.

Christopher Bochmann, Director desta escola justificou a homenagem defendendo que Jorge Araújo, enquanto reitor, foi responsável pela criação da Escola das Artes há cerca de 20 anos, por isso entendeu-se a homenagem como pertinente e justa.

 

ÉVORA EM AGUARELAS

Évora será o destino de aguarelistas a 23 e 24 de maio, estando o centro histórico da cidade na mira dos pincéis de dezenas de artistas se encontrarão na cidade Património Mundial.

Os artistas pintarão ao vivo para os visitantes da cidade numa iniciativa aberta a todos e promovida pela AAPOR (Associação de aguarela de Portugal).

 

Imagem daqui

“NÓS” - A SIMBIOSE PERFEITA

Francisco Caeiro e Ângelo Rodrigues

O alentejano Francisco Caeiro e Ângelo Rodrigues lançam, no próximo dia 9 de maio, na Fnac do Chiado, pelas 16 horas, o livro “Nós”. Na apresentação, poemas do livro serão declamados pelo ator Vítor de Sousa.

O “Nós” nasce da simbiose perfeita entre os poemas de Francisco Caeiro e as fotografias de Ângelo Rodrigues: “à mesa dos cafés de Lisboa ou algures nos passeios à beira Tejo, as nossas conversas de amigos foram sendo ilustradas pela poesia das palavras e das imagens; pedaços de nós das nossas histórias. Um dia achamos que seria bom podermos ter mais amigos nestas conversas e surgiu este livro. Por isso “Nós”; porque somos muitos, e todos em redor da poesia.”

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