23 Janeiro 2017      12:13

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RECONHECIMENTO TARDIO?

Esta semana saiu a notícia relativa à equiparação da remuneração dos atletas paralímpicos com a dos atletas de outras categorias.

Não querendo tirar relevância à notícia, é de facto lamentável que tenhamos tido de esperar tanto tempo que fosse concretizada.

Desde a primeira edição dos jogos paralímpicos que tal medida deveria ter sido implementada.

Estamos a falar de atletas de elite que dão grande parte do seu tempo e das suas vidas a lutar por reconhecimento na modalidade que praticam, tentando sempre ocupar o melhor lugar que a sua força e o seu treino lhes permite conquistar.

Tal como os atletas não paralímpicos, os atletas paralímpicos necessitam de condições para treinar, de patrocinadores, de treinadores, de colaboração para a construção das suas carreiras. Qual é então a justificação para tal discriminação na remuneração?

Pior ainda: qual o motivo para tanta demora para colocar um ponto final nesta discriminação?

Vivemos numa sociedade que se diz moderna mas em que estes atletas ainda são olhados como terceiros que competem em jogos paralelos e, por isso, menores. Mesmo quando, a nível nacional, conseguem o mesmo resultado, com metade do apoio dos atletas olímpicos.

Temos o Princípio da Igualdade plasmado na nossa Constituição mas, neste caso, foi preciso esperar décadas para que, finalmente fosse respeitado.

Quantos atletas ficaram pelo caminho devido à falta de apoio (que, mesmo nos atletas olímpicos, continua a ser gritante)? Quantos nem sequer chegaram a tentar?

Numa sociedade que se diz moderna e preocupada, talvez devêssemos olhar um pouco para nós próprios e para o que devemos exigir de quem nos governa.

Aqui foi o Governo a dar o primeiro passo.

Quanto às outras situações, do que estamos à espera?

Imagem de capa de comiteparalimpicoportugal.pt