Esta semana perdemos talvez um dos maiores ícones da música nacional. Não apenas enquanto membro fundador da maior banda de rock nacional, mas também enquanto músico e enquanto pessoa.
Muitos se admiraram pela dimensão da homenagem que lhe foi prestada no momento da despedida mas, pessoalmente, a mim não me causou surpresa nenhuma. Falo não apenas enquanto fã de Zé Pedro e dos Xutos mas como alguém que gosta de estar atenta aos sinais que a sociedade vai enviando.
Muitos achavam que a sociedade não iria prestar uma grande homenagem atento o passado de Zé Pedro nas drogas e no álcool que, possivelmente, anteciparam o seu desaparecimento.
O que acontece é que Zé Pedro soube admitir os seus erros e recomeçar do zero e, pelo menos em parte da população isso é reconhecido e merecedor de homenagem, embora continuem a existir aqueles que se dedicam a continuar a relembrar os erros cometidos num claro desrespeito pelo esforço feito.
Actualmente a sociedade reconhece muito mais aqueles que se preocupam em mudar o que fizeram de mal e aproveitam o seu lugar para ajudar outros na mesma ou noutras situações de dificuldade do que aqueles que dizem que “tudo está mal” mas nada fazem para mudar.
Zé Pedro sempre usou o seu papel na música para fazer passar mensagens fossem solidárias, fossem para pessoas que, tal como ele atravessaram ou atravessam problemas com drogas.
Enquanto músico e não “apenas” guitarrista, Zé Pedro deixa-nos obras como “O homem do leme” e “Para sempre” entre tantas outras. Foi ele o motor da banda desde o seu início e, mesmo quando a doença queria tirar-lhe as forças, ele insistiu e marcou presença naquele que viria a ser o seu último concerto onde nunca esqueceu de reconhecer o apoio dos seus fãs.
Esta semana o País ficou mais pobre mas a lição e os acordes de Zé Pedro ficarão connosco.
Para sempre...
Imagem de capa de bonsrapazes.com